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Empresas: 5% dos gestores são responsáveis por 65% do volume de negócios e 77% das exportações

Realização do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas reuniu 600 pessoas na Culturgest, em Lisboa.
Cristina Bernardo
7 Dezembro 2017, 09h00

O primeiro congresso dos Gestores Portugueses, promovido pela Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, fez um retrato do sector em Portugal. O estudo feito pela Informa D&B mostra que existem 398 mil gestores nas empresas em Portugal (96% portugueses e 4% estrangeiros), entre órgãos de gestão e administração e diretores de primeira linha. Destes, 12% exercem funções em mais do que uma empresa.

Os gestores das empresas de maior dimensão concentram uma enorme responsabilidade relativamente aos indicadores da economia portuguesa: no seu conjunto, os gestores das grandes e das médias empresas são apenas 5% do total, mas respondem por 65% do volume de negócios e por 77% das exportações de todo o tecido empresarial nacional.

Também mostra que 51% das empresas de capital estrangeiro são lideradas por gestores portugueses e ficou demonstrado que empresas com controlo de capital nacional crescem mais rapidamente.

O congresso contou com a participação de 600 pessoas e teve quatro sessões, tendo como temas as “Mudanças na Gestão em Portugal”, “A Ética na Gestão em Portugal”, “A Economia que Interessa aos Portugueses”, e o “Poder Real dos Gestores e a sua Responsabilidade Social”.

Esmeralda Dourado – administradora não executiva da TAP e membro da Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas – foi uma das key note speakers. Referiu que 12 mil gestores em Portugal têm sob sua responsabilidade 77% dos ativos nacionais. “Significa que a forma como os gestores portugueses desempenham a sua missão pode ter consequências sistémicas para a economia e para o conjunto da sociedade, pelo que é necessário encontrar formas de mitigar esse risco”, disse.

“Do nosso ponto de vista, as áreas de melhoria requerem alguma regulamentação, incentivos à mudança, descriminação positiva, mais força social dos gestores, porventura alavancada por soluções de associativismo, de que é exemplo o FAE, e um sistema de autorregulação que refresque as soluções e as consciências, sustentados numa Carta de Deveres e Direitos, que estabeleça padrões de exigência, profissionalismo e eficácia com benefícios justamente distribuídos”, defendeu.

Na conclusão dos trabalhos, Luís Filipe Pereira classificou o dia que durou o congresso como “de reflexão, debate e intenso contraditório, como é próprio das sociedades abertas e democráticas”. “Foi também um dia de consensos, pois ao longo das várias sessões fomos constatando que nalguns temas críticos para as empresas, para os gestores e para o país há muito mais ideias e objetivos que nos unem do que diferenças de opinião que nos separem”, acrescentou.

O primeiro congresso dos Gestores Portugueses decorreu na Culturgest, em Lisboa, e teve o Jornal Económico como media partner.

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