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80 milhões por dia: Mundial de ‘snooker’ é uma ‘mina de ouro’

Lisboa tentou organizar uma prova do World Snooker Tour, mas o negócio por agora está em stand by. Presidente da Federação Portuguesa de Bilhar não desiste “de tentar trazer o evento para Portugal”.
19 Maio 2019, 13h00

A 42ª edição da atual versão do campeonato do mundo de snooker, que decorre desde 20 de abril e até à próxima segunda-feira, dia 6 de maio, é uma verdadeira ‘mina de ouro’ para a cidade de Sheffield (local do evento), em Inglaterra. Ao longo dos 17 dias de competição a economia local gera um lucro de 1,3 mil milhões de euros, numa média diária de 80 milhões de euros, conforme explicou ao Jornal Económico António Barroso, enviado especial de ‘A Bola’ a este evento desportivo. Segundo as suas contas, esta é uma modalidade que só fica atrás do futebol no número de horas de transmissão televisiva e cuja final do campeonato do mundo é vista em 130 países por 1.500 milhões de espetadores, só perdendo para os Jogos Olímpicos e do Mundial e Europeu de futebol em termos de audiência.

Uma prova que este ano tem um total de prize money de 2,5 milhões de euros, com o grande vencedor a arrecadar perto de 600 mil euros. Um valor que o chairman da World Snooker, Barry Hearn, pretende duplicar, além de distribuir 10 milhões de euros pelos restantes 127 jogadores que ocupam o ranking mundial. Na conferência de imprensa realizada na última quarta-feira, Barry Hearn anunciou também uma grande novidade para a próxima temporada, com a criação do prémio ‘147 Pot’, que consiste em dar uma quantia de 1,15 milhões de euros aos primeiros 20 jogadores que consigam realizar a tacada máxima, que consiste em somar 147 pontos.

Portugal recebeu pela primeira vez uma prova desta modalidade, realizada no complexo desportivo  municipal do Casal Vistoso, entre 11 e 14 de dezembro de 2014, num torneio que rendeu ao vencedor, Stephen Maguire, 25 mil euros.

Contudo, a ideia da capital portuguesa seria de receber uma prova desta modalidade integrada no World Snooker Tour, algo que por agora não irá acontecer. Em declarações ao Jornal Económico, Ricardo Salgado, presidente da Federação Portuguesa de Bilhar (FPB), explica os contornos das negociações. “O que estava definido era um contrato válido para os próximos quatro anos, com a prova a ser realizada já em outubro deste ano e até 2022, por uma verba de 2,5 milhões de euros”, aos quais teriam de ser adicionados os custos do aluguer do espaço escolhido, o pavilhão Carlos Lopes.

O facto de não se ter angariado o montante requerido de 2,5 milhões de euros terá sido a principal razão que afastou a prova da capital portuguesa, pelo menos para 2019, havendo ainda a hipótese de tal vir a acontecer nos anos seguintes. “Da parte da Federação e da Câmara Municipal nunca existiu qualquer problema”, refere Ricardo Salgado, sublinhando que foi “da parte do Governo e, em concreto, do Turismo de Portugal, que esperava que viesse a ter uma maior visão sobre este evento, tendo em conta o impacto direto económico que poderia ter na cidade, quer ao nível do turismo, quer ao nível da promoção”.

Uma prova que na opinião de Ricardo Salgado, “faria todo o sentido que viesse a ser realizada durante os próximos quatro anos, já que em 2020, Lisboa será a capital europeia do desporto”.

No entanto, o presidente da Federação Portuguesa de Bilhar, garante que “não vamos desistir de continuar a tentar trazer um evento do main tour para Portugal, sendo impossível este ano”, mas frisando que “Lisboa tem vindo a competir com outras cidades europeias, que também querem receber um evento desta modalidade”.

Artigo publicado na edição nº 1987 de 3 de maio, do Jornal Económico

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