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82 milhões de investimento para fabricar vagões inteligentes em Portugal

Um consórcio de 10 entidades, liderado pela Medway, vai investir 82 milhões de euros para desenvolver em Portugal vagões inteligentes para transporte de mercadorias por ferrovia, permitindo a criação de 65 postos de trabalho diretos, foi anunciado esta segunda-feira.
6 Dezembro 2021, 16h26

“A Medway, através de um consórcio formado por 10 entidades, vai desenvolver uma estratégia para recuperar a indústria ferroviária de fabrico de vagões em Portugal, com o intuito de devolver capacidade produtiva ao país, com a criação de vagões inteligentes para mercadorias”, lê-se num comunicado enviado pela antiga CP Carga.

Segundo a Medway, este investimento vai permitir a criação de 65 postos de trabalho diretos, na região do médio Tejo, colmatando o recente desafio de gerar novos postos de trabalho para compensar o encerramento da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes.

O desenvolvimento dos chamados ‘smart wagons’ (vagões inteligentes) deverá reduzir em 55% as emissões de dióxido de carbono (CO2) durante o processo produtivo, já que a produção vai recorrer a energias renováveis e à incorporação de materiais reciclados, além de exigir uma manutenção mais eficiente.

O consórcio é composto por cinco empresas (Medway Maintenance & Repair, Medway Terminals, Medway Operador Ferrviário de Mercadorias, Nomad Tech e Evoleo Technologies), quatro entidades não empresariais do Sistema de Investigação e Inovação (Instituto Superior Técnico, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e ISQ) e ainda a Plataforma Ferroviária Portuguesa.

“Além do impacto no perfil de especialização da economia portuguesa, este investimento também permitirá recuperar a indústria ferroviária de Portugal e inverter a balança comercial do país, substituindo importações por exportações”, referiu, citado no comunicado, o diretor geral da Medway, Bruno Silva.

Já para o diretor executivo da Plataforma Ferroviária Portuguesa, Paulo Duarte, este investimento é “uma oportunidade irrecusável para demonstrar a nossa capacidade produtiva industrial, aliada às tecnologias inovadoras e de alto valor acrescentado e diferenciadoras no mercado ferroviário, mostrando os resultados que é possível efetuar, num trabalho de equipa e de valorização nacional, a partir do ‘Cluster’ [plataforma agregadora de conhecimento e competências] Ferroviário”.

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