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Dívida pública disparou para recorde de 133,7% do PIB em 2020

O peso da dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, aumentou 16,5 pp. no ano passado face a 2019. No entanto, o comportamento da economia melhor do que o esperado também ajudou a que o rácio face ao PIB se tenha fixado abaixo dos 134,8% projetados pelo Governo.
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Tiago Petinga/Lusa (Pool)
2 Fevereiro 2021, 16h55

O peso da dívida pública subiu para 133,7% do PIB no ano passado, um novo máximo histórico, e ligeiramente abaixo do esperado pelo Governo. Segundo a atualização dos dados pelo Banco de Portugal (BdP) esta terça-feira, após o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado os dados do PIB do ano passado, o rácio da dívida pública face ao PIB, na ótica de Maastricht, aumentou 16,5 p.p. em comparação com 2019.

No Orçamento do Estado para 2021, o Governo projetava que o peso da dívida pública tivesse atingido os 134,8% do PIB em 2020 e retomasse a trajetória descendente este ano, caindo para 130,9%. “Nesse sentido, prevê-se uma redução do rácio de -3,9 p.p. [pontos percentuais] para 130,9% do PIB. O principal contributo será dado pela retoma do crescimento nominal do PIB e, em segundo plano, pela redução dos depósitos das administrações públicas em cerca de 1,7 p.p. do PIB”, referia o relatório do OE2021, em outubro. Porém, o peso da dívida pública fixou ligeiramente abaixo do esperado.

A dívida pública aumentou para 270.408 milhões de euros em dezembro, um novo máximo histórico, revelou ontem o BdP. Quando comparado com com dezembro de 2019, a evolução traduz um salto de 20,4 mil milhões de euros.

O regulador bancário explicou que para este acréscimo contribuiu o aumento dos títulos de dívida (17,6 mil milhões de euros), dos empréstimos (1,7 mil milhões) e das responsabilidades em depósitos (1,1 mil milhões de euros), por via, principalmente, das emissões de certificados do Tesouro. Já os depósitos das administrações públicas fixaram-se em 23,9 mil milhões de euros no final de 2020, ou seja um aumento de 9,4 mil milhões de euros em 2020.

Esta terça-feira, o INE revelou que a economia portuguesa teve uma contração de 7,6% em 2020, em termos homólogos. A pandemia levou assim e conforme antecipado à maior recessão da economia portuguesa em Portugal desde o 25 de abril e, segundo os dados disponíveis consultados pelo Jornal Económico, pelo menos desde a década de 60. Contudo, a quebra foi inferior ao esperado pelo Governo, o que explica um rácio da dívida pública também menor do que o projectado.

O Governo assinalou que “a atividade económica teve um comportamento melhor do que o anteriormente antecipado no segundo semestre do ano, com um crescimento de 5,1% face ao primeiro semestre”.

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