Hoje trago uma preocupação e uma tomada de posição.

Em dezembro vão realizar-se as eleições para os novos órgãos de gestão da Ordem dos Economistas. A pertença à Ordem dos Economistas é um ato voluntário e, por isso mesmo, a adesão individual dependerá da atratividade que a mesma conseguir exercer junto dos licenciados em economia, mas também em gestão, em marketing, em finanças, etc. A capacidade de mobilizar esta diversidade formativa e de contribuir para a valorização da profissão, deve constituir uma prioridade para quem se propõe dirigir a Ordem.

É fundamental que a sociedade reconheça a importância do economista, como profissional, que pelo rigor técnico adquirido nos seus estudos superiores, a par das competências proporcionadas pelo exercício da sua atividade profissional, pode contribuir em matérias de natureza micro e macroeconómica, para o bem-estar comum.

Os últimos anos têm sido de declínio no número de membros da Ordem. A confirmar isto estão as estatísticas. Desde 2010 que o número de membros tem vindo a decrescer paulatinamente, a uma taxa média anual de 1,6%. Em termos práticos, significa que, de aproximadamente 12550 membros inscritos em 2010 se passou para cerca de 10227, em junho de 2021.

Acresce a isto, que o colégio eleitoral é constituído por pouco mais de 7800 membros, presumindo-se que sejam membros efetivos cujas quotas se encontram em dia, e que a participação eleitoral tem sido diminuta. Que é dos outros cerca de 2500 membros? O número de associados e a sua participação em atos eleitorais são apenas dois dos indicadores que parecem revelar que algo não está bem na OE. Algo tem de mudar.

Desenham-se no horizonte duas listas candidatas. Uma de continuidade e outra com propósitos diferenciadores, diria de rutura, plural, nascida da identificação de uma convergência de posições, no seio das direções das delegações regionais do Continente, sobre o papel da ordem na sociedade e sobre o valor que deve ter para os economistas a pertença a esta Ordem profissional.

Eu apoio e integro a lista de candidatura para a direção, da segunda das listas, protagonizada pela candidatura a Bastonário do Prof. António Mendonça, que pugna por razões que me são caras, nomeadamente, o reconhecimento dos economistas como tecnicamente capacitados para o exercício da sua profissão, a preocupação com as questões de igualdade de género, a descentralização das atividades pelas diversas regiões do país, numa lógica de proximidade, a dinamização dos vários colégios de especialidade, com ênfase na criação de oportunidades profissionais para os membros da ordem, entre outros aspetos.

Não tem havido um motivo suficientemente forte para pertencer à Ordem dos Economistas. Os argumentos da candidatura com a qual me identifico, apresentam-se, na minha perspetiva, como mais mobilizadores e preconizadores da mudança necessária.