O papel da Auditoria Interna está cada vez mais desafiante. Um mercado segurador em transformação pelo surgimento de tecnologias disruptivas que potenciam novos riscos e necessidade de novos controlos ao passo de uma regulamentação de seguros complexa e exigente está a obrigar as seguradoras a alterar os seus modelos de negócio.

O papel da Auditoria Interna está cada vez mais desafiante. Um mercado segurador em transformação pelo surgimento de tecnologias disruptivas que potenciam novos riscos e necessidade de novos controlos ao passo de uma regulamentação de seguros complexa e exigente está a obrigar as seguradoras a alterar os seus modelos de negócio. Como poderá a Auditoria Interna ajudar as organizações a ganhar confiança?

Num dos mais recentes artigos da EY, intitulado “How Internal Audit is helping organizations build trust”, é destacada a importância do papel da função de auditoria interna em acompanhar a transformação do setor e estar um passo à frente de modo a manter a confiança das seguradoras. As empresas estão a aproveitar o poder dos dados, a reinventar os seus sistemas e processos e a desenvolver novos modelos de negócio.

À medida que a complexidade e a disrupção aumentam no negócio, a Auditoria Interna precisará ter um papel consultivo muito maior para manter a confiança das diferentes áreas das seguradoras e da administração. Para cada processo da organização, a própria identificação dos riscos que cada processo enfrenta deverá ir além dos riscos que têm sido tradicionalmente associados aos processos, como riscos financeiros e operacionais, mas considerar também outro tipo de riscos, riscos emergentes, seja pelo investimento em inovação, seja pela globalização, alterações climáticas e alterações demográficas.

Neste contexto, assistimos hoje em dia a uma transformação da própria função da auditoria interna, que deverá considerar ciclos de auditoria mais dinâmicos e flexíveis. No referido artigo são identificados dois pilares essenciais que a função deverá ter em linha de conta para uma adequada transformação:

1. Tecnologia / modelo operacional:
A tecnologia oferece inúmeras oportunidades para melhorar todo o ciclo de vida da Auditoria Interna, desde a avaliação de riscos, o planeamento da auditoria, a execução até à elaboração dos relatórios finais. Não se trata apenas de fazer auditorias manuais de maneira mais ágil. Efetivamente, devem-se procurar oportunidades para alavancar ferramentas de análise, robótica e reconhecimento ótico de caracteres para testar controlos e garantir a monitorização contínua. Ainda, explorar o uso de ferramentas que oferecem oportunidades para tratar e visualizar os dados de forma mais rápida e possibilitam análises mais adequadas e fidedignas, aprofundar as análises efetuadas e melhorar os relatórios por meio da digitalização.

 

2. Talento:
As pessoas são essenciais para a Auditoria Interna e para a transformação da função. É importante perceber as competências de cada pessoa e se essas competências serão as adequadas para o desafio da função. Para acompanhar a complexidade do setor, num mundo cada vez mais globalizado e a um ritmo acelerado, muito provavelmente não será suficiente que a Auditoria Interna seja composta por uma equipa de pessoas fixa sentada no mesmo escritório e capaz de responder a todas as necessidades das organizações. As organizações precisam ter um modelo de pessoas flexível, onde possam contar com uma força de trabalho diversificada e rotacional e com uma ampla gama de competências.

Em matéria regulamentar destaco como mais desafiante atualmente no setor segurador a nova norma aplicável aos contratos de seguro, a IFRS 17. As seguradoras já iniciaram os seus programas de implementação da norma, sendo fulcral que a auditoria interna esteja presente e seja parte envolvida em todo o processo desde o primeiro dia. O mais recente artigo da EY sobre a norma, “The role of Internal Audit in IFRS 17 – Minds made for transforming financial services”, detalha a importância do papel da auditoria interna nesta temática.

Uma auditoria interna participante nos processos de implementação das empresas será o fator de sucesso para uma transformação adequada e confiante do setor.