A Região Autónoma da Madeira vai a eleições, outra vez, com os mesmos protagonistas a tentarem fazer a mesma coisa à procura de um resultado diferente. Seguem-se as autárquicas e, logo depois, o grande referendo à governação que será a votação do Orçamento do Estado para 2026, que pode levar a legislativas antecipadas, se for chumbado. Pelo meio, em janeiro, teremos as presidenciais com mudança obrigatória.
As campanhas para cada um destes atos eleitorais já começaram ou decorrem há algum tempo. Vemos isso no perfilar de potenciais candidatos presidenciáveis na praça pública e podemos dizer que nunca deixámos de estar em campanha para as legislativas, não fossem estas ser antecipadas.
No ano passado foram quatro atos eleitorais. Desde 2021, contabilizamos oito as vezes em que fomos chamados às urnas, com repetições para os parlamentos nacional e regionais, e chegaremos às 11 em janeiro. Uma média anual superior a duas eleições, em cinco anos.
Apesar de a estabilidade ser vista, muitas vezes, como um fim e não como um meio que permite condições para concretizar objetivos, o facto é que, depois da sequência de todos estes atos eleitorais, acabámos com governos minoritários na República e nos Açores, e continuamos com um impasse na Madeira que tem um enorme potencial de se manter.
Olhando para o que aí vem, a expectativa é de que continuemos a viver em campanha eleitoral, com as decisões a serem tomadas em função da popularidade, da sondagem e da perceção do eleitorado. Continuará a ser o primado da tática, nunca da estratégia. Este ano vai parecer-se muito com 2024.