A presidente da Comissão Europeia defendeu a investigação aos subsídios concedidos pelo governo chinês à produção de carros elétricos no país e que depois chegam a preços bastante competitivos à Europa.
“Gostamos de concorrência, mas tem de ser uma concorrência justa. Assistimos a subsídios massivos ao sector dos carros eléctricos na China, o que está a desequilibrar as regras do jogo”, disse Ursula von der Leyen em entrevista à “Bloomberg”.
“Não aceitamos isto no mercado interno por parte das nossas empresas, portanto também não vamos aceitar isto para as empresas chinesas, daí a investigação para os subsídios aos carros elétricos”, acrescentou a responsável comunitária.
Bruxelas anunciou uma investigação aos subsídios chineses a este sector na semana passada que poderá resultar na imposição de tarifas aos carros elétricos produzidos na China, aumentando o seu preço.
Ao mesmo tempo, Pequim pode vir a retaliar em resposta à imposição de barreiras comerciais.
O Governo chinês já qualificou a investigação como um “ato de protecionismo”. Como resposta, Pequim pode limitar o acesso das marcas europeias ao seu vasto mercado. Só as marcas alemãs venderam 4,6 milhões de automóveis na China em 2022.
A China é o maior mercado para a Volkswagen. Já a BMW produz o seu carro elétrico iX3 na China, e em breve os Mini também serão produzidos no Império do Meio. Só a BMW gerou 33% dos seus lucros a partir da China.
O responsável pelo comércio externo da UE, Valdis Dombrovskis, vai deslocar-se em breve à China para discutir este tema com as autoridades de Pequim.
A quota de mercado de carros elétricos chineses tem vindo a crescer na Europa: dos 1,1% registados em 2020 para os 4,1% em 2022, e para os 5,6% em 2023.
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