É uma dúvida que muitos futuros pais têm. As ofertas são muitas e o gasto elevado para um pai de classe média que já tem gastos avultados com a chegada de um bebé, e depois há a dúvida se realmente funciona.

A Criostaminal, o primeiro banco de criopreservação em Portugal e o que tem maior número de amostras utilizadas em tratamentos – com 17 utilizações em 12 crianças – teve uma iniciativa inédita, o projeto MSCellProduction. Resulta de uma parceria com o Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, o Instituto Superior Técnico e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e pretende demonstrar a capacidade de fabrico de medicamentos de terapia celular a partir de células mesenquimais do tecido do cordão umbilical e do tecido adiposo.

Ou seja, pretendem demonstrar que as células produzidas a partir da metodologia de expansão desenvolvida têm potencial para poder ser usadas no tratamento de doenças autoimunes, como lúpus e esclerose múltipla. Os resultados que daqui podem advir vão ajudar a tirar muitas dúvidas a futuros pais e, obviamente, vão ajudar a ciência a descobrir novos tratamentos.

Confesso que o que pesquisei me convenceu. Desde o primeiro transplante de sangue do cordão umbilical, em 1988, foram realizados mais de 45 mil transplantes com células estaminais, em crianças e adultos, para o tratamento de cerca de 80 doenças, sobretudo doenças malignas do sangue, como leucemias e linfomas, mas também imunodeficiências, anemias e doenças metabólicas. Isto é, as células estaminais servem para muito mais do que eu pensava. Mas então porque não se noticiam tais novidades, que verdadeiramente importam para muitos pais?

Talvez porque sejam boas notícias e essas são cada vez mais escassas. O que é uma pena. Um dos avanços mais importantes nesta área, nos últimos anos, foi a descoberta de que a administração de sangue do cordão umbilical a crianças com doenças do foro neurológico, como paralisia cerebral e autismo, está associada a uma redução dos sintomas, tema que continua a ser alvo de investigação.

O recente caso da bebé Matilde fez os pais portugueses pensar como pode custar tratar um filho e o que podemos nós fazer para o salvar. Não deve haver dor maior para um pai ou uma mãe. As marcas do sector da saúde devem esclarecer-nos o mais possível sobre todas estas dúvidas, e a prevenção é sempre o melhor remédio. Quando há marcas que o fazem bem feito há que dar-lhes valor.