A Economia do Mar encontra-se numa trajetória de crescimento e afirmação mundial ao longo das últimas décadas que deverá continuar a reforçar-se no futuro, dada a crescente necessidade de recursos para responder ao aumento da população do globo e do seu nível de vida, bem como a capacidade tecnológica, económica e logística aumentada para explorar esta “última fronteira” do nosso planeta.

Em 2016, a OCDE estimou que, no cenário mais conservador, a Economia do Mar duplicará o seu valor acrescentado bruto global entre 2010 e 2030.

Este potencial crescentemente reconhecido pelos mais diversos agentes, motivou a EY, com o apoio do Millennium bcp, a desenvolver um estudo sobre a “Economia do Mar em Portugal”, onde se sistematizou uma visão atualizada sobre as 4 principais fileiras que compõem a Economia do Mar no nosso país: pesca, aquicultura e indústria do pescado; transportes marítimos, portos e logística; construção, manutenção e reparação naval; turismo e lazer ligado ao mar.

Em conjunto, estas fileiras respondem por cerca de 105 mil empregos, geradores de 8 mil milhões de euros de volume de negócios anual e 2,8 mil milhões de euros de valor acrescentado bruto em Portugal.

Para além da sua relevância, a Economia do Mar tem demonstrado uma forte dinâmica de resiliência e crescimento no nosso país, especialmente face à conjuntura económica negativa dos últimos anos. Entre 2009 e 2017, o crescimento acumulado do VAB nas quatro fileiras analisadas da economia do mar foi de 38% contra 10,9% do PIB nacional. Em atividades específicas como a aquicultura ou como a construção de embarcações de recreio e de desporto, esse crescimento foi excecional, ultrapassando os 400% acumulados. O mesmo se pode dizer em relação a casos localizados, como é o exemplo do Porto de Sines.

Portugal possui um grande potencial de afirmação na Economia do Mar, dado o seu posicionamento geoestratégico, a sua extensão costeira, a dimensão da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), a capacidade de I&D instalada, a tradição marítima que possui e o know-how acumulado que detém. Este potencial, se devidamente explorado e capitalizado (como no passado longínquo), determinará um grande futuro para o nosso país e para a sua afirmação no mundo.