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A ética compensa?

Creio que a resposta, a existir, dependerá daquilo que cada um de nós quer para a sua vida e do significado, que é sempre relativo, que atribuímos à palavra felicidade.
12 Julho 2024, 13h42

A entrevista com o novo managing partner da Morais Leitão, que pode ler nesta edição do JE Advisory, é interessante por vários aspetos, a começar pela reflexão que Martim Krupenski faz sobre a ética numa organização. Compensa ter um comportamento ético, ou este é necessariamente uma escolha, um sacrifício se quisermos, em que colocamos os nossos princípios à frente da nossa carteira e do nosso sucesso profissional?

A questão é antiga e nem uma entrevista de duas horas permitiria explorar todas as
suas implicações em profundidade. Creio que a resposta, a existir, dependerá daquilo que cada um de nós quer para a sua vida e do significado, que é sempre relativo, que atribuímos à palavra felicidade.

Para alguém que queira dormir descansado, ter um comportamento ético não tem
preço. Creio que terá sido Mark Twain que aconselhou a dizer sempre a verdade, porque quem age dessa forma “não precisa de se lembrar de nada”.

Mas claro que há pessoas para quem viola a leis, mentir, enganar os clientes, ocultar
informação relevante e tratar mal os colaboradores não constitui um problema e as
suas organizações acabam por ser bem sucedidas no plano da rentabilidade, como bem
notou Martim Krupenski. No entanto, mesmo no caso dessas pessoas, é duvidoso que o crime compense. O dinheiro, sobretudo o mal ganho, só “dá” felicidade a quem não o tem.

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