Não foi só na política que as redes sociais revolucionaram as estratégias de marketing, ao potenciarem a comunicação direta com os públicos-alvo e ao alterarem o modo de perceção das mensagens. Também na atividade empresarial as redes sociais provocaram profundas mudanças no desenvolvimento, posicionamento, comunicação e venda do produto. Desde logo porque aproximam, de uma forma inteiramente nova, o consumidor do produtor.
Através das redes sociais, as marcas criam comunidades, relações de proximidade e formas de interação diferentes das que obtêm nas suas atividades quotidianas ou com as campanhas de publicidade tradicionais. Antes das redes sociais, era impossível a interação online com pessoas cujo endereço de email fosse desconhecido. Agora, já é possível localizar pessoas apenas pelos seus nomes e ter acesso aos seus dados, idiossincrasias, gostos, fotos…
As redes sociais agregam um conjunto de seguidores, entre os quais nascem comunidades em torno de valores, interesses e gostos comuns. Diariamente, as marcas desenvolvem milhões de interações com os seus públicos em plataformas como o Facebook, o Twitter ou o Instagram, dando origem a um vasto número de fóruns e comunidades online. Isto permite segmentar públicos e orientar as estratégias de marketing em função desses mesmos públicos.
Importa sublinhar que os utilizadores do Facebook, por exemplo, são já dois biliões (mais de 30% da população mundial), dos quais seis milhões têm nacionalidade portuguesa. Perante estes números, é fácil perceber que as redes sociais são hoje o grande fórum de interação global. E é neste ecossistema online que necessariamente se têm de mover as empresas, para as quais as redes sociais se afiguram como um expedito instrumento de comunicação com diferentes públicos.
As redes sociais fizeram emergir um outro fenómeno que está a mudar o paradigma do marketing relacional: os influenciadores digitais. Hoje, a notoriedade das marcas depende muito destes influenciadores, que mais não são do que líderes de opinião muito populares nas redes sociais. Trata-se de figuras (nem sempre públicas) que têm muitos seguidores nas redes sociais e geram nestes um efeito de admiração e imitação, influenciando a sua tomada de decisões, nomeadamente de compra. Estes profissionais da influência conferem goodwill às marcas, reforçando assim o seu potencial comercial.
Mas se na política as redes sociais são pasto para as fake news, na economia os influenciadores digitais podem agregar seguidores falsos, comprar fãs ou usar robôs como supostos consumidores. Convém, por isso, que as marcas apostem em influenciadores credíveis e que complementem as suas estratégias digitais com ações de marketing mais tradicionais. As potencialidades das redes sociais não devem fazer esquecer que o melhor marketing continua a ser a satisfação do cliente.