Vivemos numa era em que o Futuro é já o Presente e em que o Presente faz a ponte com o Futuro.

No seguimento da Revolução Tecnológica, a Revolução 4.0 é, atualmente, a mais determinante para o dia a dia do consumidor final. Foi, portanto, no contexto da 3.ª Revolução que surgiu, em 1999, a definição de Internet Of Things (IoT) — ou, em português, a Internet das Coisas.

Estamos em 2020, passaram 21 anos! A IoT já não é uma novidade. As organizações e o consumidor aderiram em massa, não raras vezes sem se aperceber, ao desenvolvimento tecnológico. E, seguramente, que não foi só pelo desejo de novidade. Foi, e é, essencialmente pela motivação e pela perceção de que estas inovações poderiam trazer um mundo de oportunidades na melhoria dos seus negócios e no seu estilo de vida.

Consequentemente, estabeleceu-se o típico ciclo em que a indústria identificou necessidades por preencher, bem como benefícios que, efetivamente, melhorem a qualidade de vida do Consumidor — como, e a título de exemplo, a vontade de ser mais eficiente em meros gestos como a procura das chaves do carro, indicar a leitura do contador de eletricidade ao fornecedor contratado.

Esta semana deparei-me com algo que primeiro “se estranhou e depois se entranhou” e não resisto a partilhar. Aluguei uma viatura, a uma conhecida rede mundial para fazer uma viagem entre Washington DC e Raleigh NC. Não é que a viatura de gama média, de uma popular marca americana, liga o aquecimento dos bancos e do, pasme-se, volante, se a temperatura exterior estiver abaixo de um determinado patamar!

Mais, como faltavam menos de 2000 milhas para a próxima manutenção, o assistente de bordo passou a semana toda a perguntar-me se queria que efetuasse a marcação da tal ida a uma oficina! E a cada dia sugeria o concessionário mais perto da zona onde me encontrava.

Dispositivos que monitorizam as atividades físicas, como relógios inteligentes e balanças, máscaras que medem o movimento dos olhos, ondas cerebrais ou tensão muscular, capazes de garantir maior qualidade no descanso, uma vez que ajudam a entender a melhor forma de acordar e o tempo ideal de sono, tornam-se uma realidade.

Por outro lado, sistemas de controlo de acessos (vulgo fechaduras inteligentes), capazes de enviar imagens de visitantes ao smartphone do usuário, que por sua vez pode permitir ou não o acesso de onde estiver, dão a possibilidade aos utilizadores de gerir e personalizar à distância o acesso à sua propriedade.

Esta onda tecnológica já em alta está a revolucionar todos os setores da sociedade entrando,portanto, nas nossas casas e nas nossas vidas, facilitando a navegação e a transmissão de dados.

A presença da IoT no nosso quotidiano é, de facto, irrefutável: a mesma transformou modelos de negócio, tirando partido de informação útil do Consumidor para que as empresas se possam adaptar às suas necessidades, mesmo que latentes. Ao mesmo tempo criou uma disrupção económica, estimulou o empreendedorismo, os incentivos de apoio à criação de empresas a nível mundial e ofereceu conveniência à sociedade do século XXI. Não obstante, do já abordado, a IoT também inspirou e abriu portas a novas tendências.

De facto, segundo a publicação Forbes, estima-se que até 2020, a faturação em IoT atinja qualquer coisa como $470B. Isto traduz-se no facto de os nossos dados já valerem mais do que petróleo. Mais, com a espantosa penetração e utilização de dispositivos tecnológicos (dos já regulares smartphones, tablets, laptops até às lâmpadas inteligentes) durante a última década, não tenho dúvidas de que os consumidores estão cada vez mais abertos à novidade.

Nesse sentido, a chegada do 5G e a solidificação de conceitos como Machine Learning, Inteligência Artificial, IOE, Blockchain, Big Data ou Data Mining são algumas das consequências positivas que a popularização da IoT nos trouxe.

No caso do setor industrial, sentimos de forma muito evidente o impacto da transformação digital e as novas capacidades do 5G: uma velocidade de transmissão que permite conexões estonteantes, transformando dados em informação com uma velocidade nunca vista. Tal é, na Vicaima, valorizado na tecnologia que adotamos, o que reflete o nosso alinhamento com as mais recentes tendências. Esta realidade permite-nos abraçar uma panóplia de interessantes desafios. Porém, levanta uma série de riscos, que me preocupam particularmente. Estarão as organizações vigilantes ao lado B desta inovação? Estarão elas preparadas para uma gestão eficaz de risco, fraude e até garantia continuidade futura das operações? A IoT necessita de uma política e procedimentos de compliance para mitigar estes e outros riscos.

Uma coisa é certa: assegurar a continuidade da revolução que acontece e sermos elementos ativos nessa construção abre-nos possibilidades em termos de oportunidades e de novos desafios empresariais. Vamos em direção à Quarta Revolução Industrial, um fenómeno que está a afetar todos os setores e países do mundo e que irá transformar consideravelmente a forma em que vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.

Finalmente as empresas estão a começar a entender que se desejam ter sucesso na Indústria 4.0, devem criar ambientes de trabalho ativos e culturas modernas no local de trabalho, onde os colaboradores possam adquirir continuamente novas habilidades para acompanhar a natureza mutável do universo empresarial. É premente as empresas adaptarem-se a esta mudança se querem sobreviver num mundo global, altamente competitivo.