A jornada de evolução das operações é um caminho singular, que vale a pena percorrer. Ser mais maduro operacionalmente é um caminho devido para que, pela utilização de dimensões como a tecnologia, o talento, a maturidade dos processos e a utilização intensiva de analytics, seja possível conquistar clientes de forma mais rápida e eficiente e descobrir em paralelo novos fluxos que permitam o crescimento de receita.

As organizações podem garantir, com evidência, maior envolvência e compromisso do seu talento e capital humano, enquanto se dirigem de forma mais confiante para o futuro.

Usando uma estratégia focada nessa evolução, e adicionando inteligência nesta jornada evolutiva, será possível, através da utilização integrada de tecnologia, processos e pessoas, avançar para um modelo operacional mais alinhado com os objetivos de negócio.

Um dos mais recentes estudo global da Accenture revela que muitas organizações estão a fazer mudanças demoradas. Muitas vezes deparam-se com elementos bloqueadores que não conseguem ultrapassar e que os impossibilitam de mudar a forma como o trabalho é realizado. Assim, estas organizações acabam por não agir ou até conseguir escalar de forma tão rápida como ambicionam.

O estudo revela ainda um poderoso motor para acelerar a evolução das operações. É demonstrável que a aplicação tecnológica intensiva, orientada para a inteligência operacional nas organizações, tem relação direta com o atingir de melhores resultados e consecutivamente maior lucro.

Para que se possa entender a correlação entre a maturidade das operações de negócios e desempenho, foi realizado em 2020, pela Accenture, um estudo que teve como amostra mais de 1.100 executivos, C-Level, em 11 países distintos e em 13 indústrias.

Com base na informação recolhida, na nossa experiência e na correlação entre alguns benchmarks financeiros devidamente validados, identificámos quatro níveis de maturidade das operações: Stable, Efficient, Predictive e Future Ready.

Cada um dos quatro níveis de maturidade das operações é sustentado por um conjunto de dimensões tecnológicas, de processos, de talento e de analítica que impulsionam a eficiência.

As operações Stable concentram-se principalmente na melhoria em processos considerados essenciais, fortalecendo mecanismos de controle de qualidade e conformidade. Estas organizações ainda não desenvolveram a capacidade de beneficiar de interpretações estratégicas dos diversos fluxos de informação.

As operações Efficient são as que se estão a tornar cada mais produtivas. Estas organizações incorporam métodos testados, como sejam o Lean, Six Sigma e a padronização de processos. Estas organizações também já iniciaram o seu processo de automação, através da implementação de ferramentas de automação robótica e/ou outras tecnologias.

No entanto, continuam incapazes de conciliar as dimensões de dados com o momento em que geram pensamento progressivo e conhecimento. Estas organizações, tipicamente, confrontam-se com outro desafio relevante, uma vez que têm dificuldade em responder, em tempo útil e de forma ágil, à conversão de talento para experiência especializada.

As operações de organizações Predictive, por análise cirúrgica da sua atividade e outras variáveis externas, são profundamente concentradas na forma em como a análise de dados e informação pode conduzir à previsibilidade do negócio. Estas organizações, por norma, implantam tecnologias e práticas de liderança com esse mesmo objetivo em mente. Assim, identificam iniciativas, que suportam as suas operações, em insights, e enquanto melhoram a sua eficiência reduzem custos.

Estas organizações já começam a usar a combinação de dados de variadas fontes de informação, antecipando e posicionando-se para os desafios que lhes vão sendo apresentados. Em regra, são organizações que reorganizam e reagrupam as equipas de alto desempenho, por imposição da evolução do negócio e tendo em conta os constrangimentos com que se vão deparando.

Future-ready é o nível mais maduro da Jornada de Operações Inteligentes. As organizações que se encontram neste nível têm nitidamente melhores resultados de negócio do que as restantes que se encontram em níveis inferiores. Estas organizações são aquelas que se destacam pela maior eficiência e são geradoras de maior lucro e resultados. Evidenciam-se acima tudo por serem organizações mais ágeis que as demais.

As organizações cujo nível de jornada é future-ready, estão preparadas para os desafios que se apresentam e, através da utilização de tecnologias avançadas, conseguem perceber com maior celeridade a aceitação do mercado; a reação a novos produtos e serviços inovadores, produzindo maiores receitas e tendo por base uma melhor combinação de talentos.

Estas organizações são resilientes porque combinam a coordenação de dados e de informação com as capacidades de inteligência artificial, isto por sua vez ajuda a aumentar a envolvência e o compromisso da sua força de trabalho, contribuindo para a retenção e maior satisfação dos seus recursos.

A fase da Jornada de Evolução para Operações Inteligentes a que chamamos future-ready não deverá, no entanto, ser considerada como um estado final. Faz apenas parte da evolução da jornada das operações que está sempre em constante evolução, e deve servir como um elemento que ajuda a que a organização se ajuste às condições de flutuação do negócio, tendo em vista a constante monitorização nos ganhos de desempenho.

As organizações com operações preparadas para o futuro estão organizadas para capturar continuados ganhos de desempenho em eficiência e lucro, bem como para entregarem excelente experiências aos seus clientes e colaboradores.