A grande escola de gestão alemã fica ali em Carcavelos, à entrada do concelho de Cascais. Chama-se Nova SBE, tem sete mil alunos inscritos e uma maioria de estrangeiros, cerca de 60%, que aqui escolhem fazer a sua formação, incluindo os da maior economia europeia. Nos mestrados são dois mil alunos, o maior grupo em Gestão, seguido por Finanças. Destes, 1.600 vêm de fora, de mais de 100 diferentes origens. Porquê? Pela qualidade. A Nova SBE tem as três acreditações internacionais mais relevantes. Está no 17.º lugar do ranking do Financial Times Best European Business Schools 2025, o melhor lugar de sempre obtido por uma escola portuguesa. E o mestrado de Gestão é o quarto melhor do mundo.
É um caso de sucesso, nascido do empenho de Pedro Santa Clara, num setor que vive muito a olhar para o quadro interno. Aproveitaram a oportunidade criada por Bolonha, um novo mercado de mestrados pré-experiência, por disputar. As propinas de mestrado foram liberalizadas, permitindo viver do e no mercado, ao contrário das licenciaturas e dos mestrados integrados. São altas para o standard português, são muito competitivas para os níveis internacionais. É tudo vivido em inglês, a língua franca que se afirmou internacionalmente. O recrutamento é internacional, 56% de quem ensina vem de fora, com remunerações alinhadas por um mercado que é global. Claro que ser em Portugal é uma vantagem, pelo sol, pela comida e pela segurança, mas foi preciso mais: criar uma cultura de organização que prestasse serviço aos seus clientes, os alunos. E ser muito consistente no caminho a seguir, porque o sucesso se constrói com tempo. Neste caso, duas décadas e meia desde o lançamento do The Lisbon MBA, uma dúzia de anos desde que se mudou o paradigma com o Campus de Carcavelos, um projeto de 50 milhões de euros, premiado, e concretizado com apoio privado.
No final, todo o setor cresceu, todos melhoraram, tornaram-se mais competitivos e também disputam o mercado global. A progressão nos rankings comprova-o. Este é o exemplo a seguir, sem dúvida.



