Todos estes fenómenos da vida externa e quotidiana se manifestam no nosso interior através de emoções e pensamentos, numa mistura indissociável. As coisas acontecem na vida da pessoa e quando não é prazeroso, tende a ser angustiante e gerar ansiedade ou desmotivação.

Se para uma pessoa, no seu mais equilibrado quotidiano, a angústia surge, imaginemos o caso de um profissional que todos os dias tem de receber indicações, cumprir timings, encarar obstáculos e até orientar outros.

Aliás, este talvez seja o mais complexo de todos os desafios – estar bem e colocar bem as equipas – liderar. O verdadeiro papel da chefia, do líder, é estar bem consigo mesmo, estar bem de verdade para que esse estado, esse lado genuíno se transmita às pessoas que lidera.

Acontece que esse nível não é fácil de atingir mas é decisivo para o sucesso de uma empresa. Quando uma empresa diz que as pessoas são o seu maior ativo, ou que a empresa são as pessoas, entre outros chavões desta estirpe, pode estar a querer que assim seja, mas a coisa não vai lá só porque sim, só porque se diz, só porque se quer.

Querer não é poder, decididamente. Querer é apenas uma intenção, o que por si só já é bom, mas merece ser condimentada de forma certeira.

Não chega querer fazer um ovo estrelado, apesar de parecer simples, para afirmar que sabe estrelar um ovo. Aliás, a diferença entre fazer um ovo estrelado e estrelar um ovo é arte.

É preciso usar a ferramenta certa, a temperatura certa, o sal certo, entre um par de outros detalhes como o tempo. Após isso, após aplicar intenção e conhecimento, há que praticar uma e outra vez, com motivação e consciência, e aí sim, chegar-se-á a fazer, consistentemente, aquele ovo estrelado que não só sacia como deixa uma memória celular.

O profissional que é contratado por uma empresa tem de dar o seu melhor para que a empresa tenha o resultado desse investimento. Contratar uma pessoa é um investimento não um custo.

O melhor do profissional varia todas as semanas, todos os dias, todas as horas porque é um ser humano e como tal, tem uma mente vulnerável a tudo o que reveste a sua vida. O ser humano não é de comportamento constante, estático, e a forma como varia dita se evoluiu ou retrocede.

Essa mente vulnerável tem de ser acompanhada, melhorada, instruída de técnicas que lhe confira mais consistência e fiabilidade que, por sua vez, lhe proporcionará sensações de confiança, estima e energia de vida.

É isso que as empresas devem fazer quando fazem apostas sérias na contratação de quadros ou nos quadros já existentes. Dar-lhes condições de trabalho, condições remuneratórias, objetivos claros, mas, cada vez mais crucial, orientação motivacional.

A orientação mental é conseguida por alguém de fora da empresa que acompanha a pessoa durante um tempo até ao ponto em que ela sente um perfeito domínio sobre o que sente, o que pensa, quais são as suas debilidades e virtudes, inclusive os dons (sim, todos temos um dom).

Uma vez nesse ponto, o profissional estará nas suas melhores condições para dar à empresa o que ela necessita e, repare-se, de forma consistente. O ativo mais precioso de uma empresa – um profissional consistente.