Se há algo que as empresas aprenderam durante a pandemia, é o facto de a resiliência ser uma disciplina que deve ser cultivada ao longo do tempo. Hoje em dia, não ter estratégia digital é não ter estratégia. Para construir resiliência no trabalho, as empresas precisam de começar a pensar em modelos virtuais e remotos, em disponibilizar ferramentas que permitam a colaboração a partir de qualquer lugar, e em estratégias para cuidar da saúde mental e do bem-estar das suas pessoas. Liderando com valores, adotando a flexibilidade e investindo na inovação e em parcerias, podemos incorporar, a longo prazo, a resiliência no local de trabalho.

Liderar com valores e flexibilidade

Assim que a pandemia surgiu, vimos como muitas empresas priorizaram os seus valores essenciais, garantindo o bem-estar dos seus colaboradores, clientes e partes interessadas. Nesse âmbito, a comunicação e a transparência têm sido fundamentais, quer seja para confirmar que as ações tomadas garantem um regresso seguro aos escritórios ou para incentivar os colaboradores a descobrirem mais sobre as vacinas. As empresas têm a responsabilidade de garantir que os seus colaboradores sejam informados e tenham confiança para cuidar deles próprios. A tecnologia tem um papel fundamental a desempenhar, de forma a garantir a segurança do local de trabalho, por exemplo, através da gestão de resposta a emergências e da recolha de dados para ajudar as equipas a tomarem decisões mais informadas.

A pandemia também acelerou a evolução das indústrias e a forma como se dá resposta aos clientes. A mudança para a saúde à distância é um exemplo. Na área do turismo, as tecnologias reinventam toda a experiência do cliente, permitindo que os hóspedes do hotel façam check-in, abram portas e peçam comida a partir dos seus telemóveis. Em todos os setores, a migração das empresas para o cloud computing irá acelerar nos próximos meses – permitindo escalabilidade, disponibilidade e acessibilidade de informações a partir de qualquer local. Maior automação, IA e modelos de previsão irão ajudar ainda numa melhor previsão e preparação para o que o futuro pode trazer.

O futuro do trabalho também está na cloud. À medida que os modelos de trabalho híbridos se tornam mais comuns e os escritórios se tornam centros de colaboração e interação social, os empregadores devem encorajar formas de trabalho flexíveis. Devem facultar melhores ferramentas de trabalho remoto para garantir a produtividade a partir de qualquer lugar. Investir em formas inovadoras de envolver colaboradores e clientes, respondendo às suas expectativas e experiências, será também cada vez mais importante.

Investir em skills e na colaboração

Para aproveitar ao máximo as novas tecnologias, o investimento em programas de requalificação e desenvolvimento deve ser uma prioridade. Assim como a Quarta Revolução Industrial exige que fechemos as lacunas existentes de hard skills, o mundo do trabalho a partir de qualquer lugar em que vivemos exige que invistamos mais em capacidades sociais. Na economia digital, todas as empresas vão precisar de equipas que possam alavancar rapidamente as novas tecnologias. Cada vez mais, irão também contar com indivíduos que podem resolver problemas complexos, desafiar o statu quo e gerar um senso comum de propósito entre as equipas distribuídas.

Assim, à medida que emergimos da pandemia, trabalhar em conjunto é essencial para impulsionar mudanças positivas, a longo prazo, nos negócios e na sociedade. A tecnologia pode e já está a desempenhar um papel importante para garantir a distribuição segura e equitativa de vacinas contra o coronavírus, para potencialmente milhares de milhões de pessoas. Da inovação à vacinação em massa, para superarmos os nossos desafios partilhados, precisamos de estar todos envolvidos. Além de incentivar, precisamos de educar e garantir a adesão. E apenas através da colaboração podemos construir locais de trabalho, grupos de trabalho e comunidades cada vez mais resilientes.