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“A sociedade não tem a mais pequena ideia do que é a emergência climática”, diz Gilberto Jordan

CEO do André Jordan Group foi um dos especialistas presentes na webconference realizada pelo Jornal Económico, em parceria com a Schneider Electric, sobre os desafios da sustentabilidade na construção e no imobiliário.
23 Novembro 2021, 15h30

A sustentabilidade foi uma das tendências que marcou o sector imobiliário durante o período pandémico, no sentido de alertar para a emergência climática. O tema foi discutido durante a webconference realizada esta terça-feira, 23 de novembro, pelo Jornal Económico, em parceria com a Schneider Electric, sobre os desafios da sustentabilidade na construção e no imobiliário.

“A sociedade não tem a mais pequena ideia do que é a emergência climática”, referiu Gilberto Jordan, CEO do André Jordan Group, alertando que a “necessidade de mudança é muito maior do que aquilo que nós pensamos”, deixando também um reparo ao Governo. “Os decisores políticos pensam que por despenderem quantidades brutais de dinheiro que isso vai fazer a diferença, mas não acredito”, frisou.

Uma ideia defendida também por Nuno Garcia, diretor da Gesconsult. “Primeiro tem de haver uma formação dos governos e diretrizes claras, como foi agora a conferência do clima, mas as próprias entidades muitas vezes não se entendem. Por exemplo, estamos a reabilitar um edifício histórico no centro de Lisboa e onde queremos por painéis solares, mas depois vem a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e diz que aí não pode haver painéis solares”, explicou.

Por sua vez, Victor Moure, country manager da Schneider Electric Portugal, chamou a atenção para os consumos energéticos no que toca à sustentabilidade dos edifícios. “Não podemos melhorar aquilo que não podemos medir. Se não somos capazes de fazer uma boa identificação de quais são os consumos energéticos, as necessidades da habitação, mas também da pessoa que vive nesse espaço, é muito difícil fazer melhorias”, afirmou.

Já Fernando Vaz Costa, diretor-geral da Nexity Portugal, acredita que o processo da sustentabilidade na habitação só irá ganhar maior dimensão “quando houver muito mais oferta”, dado que “os projetos vão ter que se adaptar para haver maior concorrência e decisão do público em distinguir qual é o mais sustentável”.

Por seu turno, Manuel Pinheiro, professor do Instituto Superior Técnico e responsável pelo sistema LIDERA, olha para a sustentabilidade do ponto de vista dos consumidores, onde “já temos alguns esclarecidos que apesar de não saberem o que querem, sabem o que não querem. Não querem ter casas desconfortáveis e nós temos índices de pobreza muito críticos”.

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