1- Eu tenho muita consideração e respeito por quem ousa rasgar os ditames do politicamente correcto. Por quem assume riscos, por quem segue um caminho, mesmo que não seja o da maioria dos portugueses, mas pelo menos sabemos que há um rumo, uma ideia.
Pedro Nuno Santos é um político talentoso e de grande futuro e, mesmo que ele diga que não, é óbvio que a sua carreira será sempre marcada pela sua opção na TAP. Injectar dinheiro na ferrovia era um caminho popular, salvar com milhares de milhões a companhia aérea de bandeira é encarada como um enorme risco.

Vamos ver o que irá acontecer, o que os senhores do dinheiro europeu dirão em Bruxelas, mas a TAP ou recebe os apoios previstos na ideia defendida pelo ministro ou fecha. Muitos portugueses até podem não querer ser accionistas da TAP, mas sabem que Pedro Nuno Santos se bateu por uma solução; agora era tempo é de saber o que pensa Rui Rio sobre o assunto. É que temos eleições no dia 30 de Janeiro e sobre inúmeros temas relevantes para a vida das pessoas ninguém sabe o que pensa o líder do PSD.

2 – Como tinha dito com antecedência na CNN, no jornal da Judite de Sousa, o tema Eduardo Cabrita não seria usado em campanha. Vivemos numa sociedade que substitui rapidamente uma crise ou ocorrência por outra nova. Assim, o caso João Rendeiro (e outros seguintes) mataram o assunto em torno do ex-ministro da Administração Interna. O ex-banqueiro gozou com os portugueses, andou a vitimizar-se como o “poderoso fraco” e com as cadelinhas da mulher, mas não vale tudo da parte das instâncias judiciais e a sua exposição pública de pijama não dignifica quem mandou tal foto para as redacções. Que seja extraditado e cumpra preso a sentença já transitada em julgado. Ponto.

3 – Manuel Pinho paga seis milhões ou fica a fazer corninhos preso em casa. Mas a pergunta séria é, para quê tantos anos para isto? Só agora é que recearam que ele fugisse do país como Rendeiro? Sabemos que a comunidade quer Justiça e que há muitos poderosos que continuam na sua vida luxuosa por aí, agora querem os portugueses que haja provas cabais e eficazes para depois a montanha não parir um rato. Porque as pessoas querem Justiça mas estão cansadas de maus e falhados espectáculos da Justiça.

4- De repente António Costa, num bailado encenado com Marcelo Rebelo de Sousa que reforçou essa proposta, lançou a garantia que teremos referendo à regionalização em 2024. Para quê outra vez o mesmo assunto? Temos um território unido, pequeno e bem delineado sem grandes sobressaltos há séculos, o que precisa é de descentralização de competências e apoios sérios para fixar pessoas e empresas no interior. Criar novos mapas é uma brincadeira de políticos que ainda irá empobrecer mais o erário público, pois serão criados mais umas dezenas de marajás e respectivos motoristas e assessores. Portugal não precisa nada disto.

O autor escreve segundo a antiga ortografia