No primeiro trimestre de 2025, o Abanca registou um lucro atribuído de 220 milhões de euros, com uma rentabilidade de 15,2%, que a instituição financeira espanhola diz estar acima do custo do capital.
Os lucros traduzem uma subida de 39% face aos 158,4 milhões de euros registados no período homólogo.
A rentabilidade “reflete o crescimento eficiente do negócio, que já atingiu os 130 mil milhões de euros, com um crescimento em todas as áreas de negócio e geografias”, refere o banco liderado por Francisco Botas.
Nos últimos 12 meses, a instituição registou mais de 141 mil novos clientes. Destes, mais de 36 mil (25 mil em Espanha e 11 mil em Portugal) ocorreram no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 23% face ao mesmo período de 2024. Mais de 70% dos novos clientes provêm de regiões fora da zona de origem do banco, detalha a instituição financeira
A base de clientes é ainda complementada pela sua filial de crédito ao consumo, o Abanca Servicios Financieros, que somou 108 mil novos clientes no último ano, ultrapassando assim a marca dos 900 mil clientes.
Na conta de resultados, as receitas provenientes das atividades principais estão a crescer de forma sustentada, revela o banco. A margem financeira aumentou 7,8% e as receitas de serviços (comissões) cresceram 22,0%, resultando num aumento da margem base de 10,1%, para 494,8 milhões de euros.
A subida dos custos, que o comunicado não detalha, está influenciada pela incorporação do EuroBic no perímetro de consolidação e pelo esforço adicional para reforçar a capacidade de atendimento ao cliente, a proteção contra riscos cibernéticos, a expansão do negócio e a melhoria da remuneração dos colaboradores.
A combinação do crescimento das receitas recorrentes com o controlo dos custos permitiu continuar a melhorar o rácio de eficiência, apesar da descida das taxas de juro. Assim, o rácio de eficiência situou-se nos 52,4%, o que representa uma melhoria de 2,1 pontos percentuais em termos anuais.
Apesar dos sólidos níveis de morosidade e solvência, o Abanca mantém uma política de gestão de riscos prudente. O custo do risco manteve-se controlado em 0,28%, com uma taxa de morosidade de 2,6% e uma taxa de cobertura de 78,9%.
O rácio de crédito malparado foi de 2,6%. O crédito malparado diminuiu 1,0% em termos homólogos, excluindo o efeito da incorporação do EuroBic no Grupo. O rácio de cobertura destes ativos foi de 78,9%, mais 7,6 pontos percentuais do que no ano anterior e 963 pontos base acima da média do sistema, diz o Abanca.
O crédito a clientes ascendeu a 50.021 milhões de euros. “A concessão de crédito em condições normais aumentou 11,4% para 49.645 milhões de euros, tendo o setor privado sido o principal destinatário. As empresas, com 47% do total, e os particulares, com 39%, continuaram a ser os principais destinatários”, revela a instituição.
Do outro lado do balanço, a captação de recursos de clientes manteve a dinâmica expansiva, com um crescimento de 17,0% face ao ano anterior, atingindo um volume total de 79.659 milhões de euros. Do total dos recursos de clientes, 78% correspondiam a depósitos à ordem e a prazo, e os restantes 22% a recursos fora do balanço.
Os depósitos de retalho aumentaram 17,0%, atingindo 62.457 milhões de euros. A natureza puramente retalhista da carteira é evidenciada por dois fatores: 94% do total dos depósitos do banco correspondem a particulares e empresas, e 69% têm um saldo inferior a 100 mil euros.
Os recursos fora do balanço registaram um crescimento homólogo de 16,9%, atingindo os 17.202 milhões de euros. Esta dinâmica repetiu-se na atividade seguradora, onde os prémios de seguros gerais e de vida aumentaram 13,0% em termos homólogos, atingindo os 581 milhões de euros. Destacam-se os aumentos verificados nos excedentes de prémios (+56%), saúde (+18%), vida risco (+16%) e empresas (+14%).
O banco fala numa gestão prudente do capital permitiu à entidade melhorar continuamente os seus níveis de solvência. No trimestre, o banco aumentou o seu capital CET1 em 34 pontos base, fixando-o em 13,2%, enquanto o rácio de capital total atingiu os 17,5%.
O banco dispõe de uma almofada de capital de 502 pontos base acima dos requisitos regulamentares, mais 67 p.b. do que há um ano, o que equivale a 1.925 milhões de euros (mais 30,2% face ao ano anterior). Além disso, com um rácio de 22,8%, supera o requisito MREL em 129 pontos base.
Em termos de liquidez, o ABANCA dispõe de 24.164 milhões de euros em ativos líquidos, o que equivale a 4,2 vezes os vencimentos previstos das suas emissões. Além disso, tem uma capacidade de emissão de obrigações hipotecárias de 7.559 milhões de euros, o que eleva a sua posição total para 31.723 milhões de euros.
A sua estrutura de financiamento é sobretudo de retalho: 85% do seu financiamento é constituído por depósitos de retalho e tem um rácio LTD de retalho de 80,1%. O banco apresenta rácios de liquidez de 148% para o financiamento estável líquido (NSFR) e de 209% para a cobertura de liquidez (LCR).
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