Isabel dos Santos alegou esta quarta-feira, em vários posts na rede social Twitter, que o arresto das suas contas e participações em Angola é uma medida politicamente motivada e “um acerto de contas” que serve para camuflar o fracasso da política económica seguida após a saída do seu pai da presidência do país.
A empresária começou por repetir, em português, parte da argumentação que divulgou em comunicado na terça-feira, dizendo que ´é falsa e forjada a informação” que ordenou uma transferência de uma conta do general Leopoldino do Nascimento junto Millennium BCP para uma conta na Rússia e que segundo o Estado angolano foi impedida por uma intervenção da polícia judiciária portuguesa.
Nos posts seguintes, já em inglês, a filha de José Eduardo dos Santos reiterou que a “decisão sumária” contém várias “inverdades” e que teriam sido desmanteladas caso tivesse havido a oportunidade de um procedimento jurídico justo e aberto. “A ausência deste procedimento permitiu à Procuradoria Geral da República “apresentar documentos e testemunhos falsos ao tribunal”.
Isabel dos Santos lamenta que o julgamento tenha sido feito em segredo sem os advogados e diretores das suas empresas terem sido informados, alegando que “a medida política” viola a lei angolana e que é a primeira vez desde o fim da guerra civil em 2002 que isto acontece “de forma tão assumida com recurso a mentiras”.
“Tudo isto não aponta a um futuro positivo para o estado de direito em Angola. Ignorar os direitos à defesa, que são a base fundamental de qualquer sistema de justiça credível, ilustra o ressurgimento da arbitrariedade em Angola.
All of this does not point to a bright future for the rule of law in Angola. Ignoring the rights of defense that are the fundamental basis of any credible justice system illustrates the resurgence of arbitrariness in Angola.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 1, 2020
Os dois posts finais são eventualmente os mais importantes, pois abordam o que Isabel dos Santos vê como a motivação por traz do processo e as consequências para Angola, um racional que não estava patente no comunicado divulgado no último dia de 2019.
“Além do desejo de acertar contra a minha família, este caso visa mascarar o fracasso da política económica iniciada após a saída do Presidente dos Santos”. Isabel dos Santos é a filha mais velha de José Eduardo dos Santos, que foi presidente de Angola de 1979 a 2017.
Beyond the desire to settle scores against my family, this case aims to mask the failure of a flawed economic policy initiated following the departure of President Dos Santos.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 1, 2020
In two years, the current government policy has thrown thousands of middle class families into poverty
A empresária conclui que “numa altura em que é vital a economia angolana atrair investimento externo, esta ordem de confisco politicamente motivada é um mau sinal para o setor privado”.
At a time when it is vital for the Angolan economy to attract foreign investment, this politically motivated confiscation order is a bad signal to the private sector.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) January 1, 2020
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