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Acionista privado da Groundforce diz que proposta da TAP de entrega de participação como garantia é “ilegal”

A Pasogal detém 50,1% da Grounforce, com o grupo TAP a deter 49,9%. Para pagar os salários de fevereiro, a TAP propôs um adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagar salários e dívidas a fornecedores, mas exigindo em troca uma penhora da participação da Pasogal. Acionista privado rejeita e diz que proposta é “ilegal”, tendo já apresentado uma alternativa de garantia, mas não recebeu ainda resposta da TAP.
  • Rafael Marchante/Reuters
2 Março 2021, 16h27

O acionista privado da Groundforce pediu uma reunião com carácter de urgência ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e aos grupos parlamentares com o objetivo de resolver a situação financeira da empresa.

A empresa de gestão de bagagens encontra-se numa “situação de enorme fragilidade de tesouraria decorrente da pandemia provocada pelo Covid-19, mas agravada pela incapacidade das entidades públicas em responder atempadamente ao pedido de aval para um empréstimo bancário feito em julho 2020. Este atraso teve como consequência a incapacidade da empresa de saldar os pagamentos dos salários de fevereiro de 2021 dos seus 2.398 trabalhadores”, segundo um comunicado hoje divulgado pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, que detém 50,1% da Grounforce, com o grupo TAP a deter 49,9%.

A Pasogal diz que não está a pedir “dinheiro ao Estado”, mas sim um aval para se manter em operação uma vez que a sua atividade “assenta em licenças atribuídas pelo próprio Estado”.

“Consideramos incompreensível que, tanto tempo decorrido, o aval não tenha sido ainda concedido. Para proceder ao pagamento dos salários de fevereiro, a Groundforce solicitou o adiantamento do pagamento, em parte ou no todo, das faturas emitidas à TAP pelos serviços prestados em dezembro 2020 e janeiro 2021 e que totalizam 6 milhões de euros”, segundo o comunicado

Mas a resposta dada pela TAP é considerada “incompreensível” para Alfredo Casimiro que considera que existem “razões fundamentadas” para considerar a mesma “ilegal”: a “entrega como garantia do penhor das ações de um acionista (Pasogal) a outro acionista (TAP)”.

A Pasogal diz que deseja encontrar “uma solução” e que fez uma contraproposta à TAP dando como garantia os seus ativos.

“Fizemos uma contraproposta, aceitável e proporcional, por forma a dar conforto à TAP em relação aos adiantamentos realizados à Groundforce, que consiste em ceder como garantia a totalidade dos nossos equipamentos de suporte à operação aeroportuária. Esta proposta não teve, ainda, o acolhimento esperado e necessário por parte da Administração da TAP”, segundo o acionista privado.

“Faço, portanto, um apelo de diálogo a todos os envolvidos para que possamos rapidamente pôr termo a este clima de incerteza e, nesse sentido, acabo de pedir uma audiência com carácter de urgência ao senhor ministro das Infraestruturas e Habitação, bem como aos grupos parlamentares na Assembleia da República”, disse Alfredo Casimiro no comunicado.

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