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OPV: Ações da Sonae MC vão custar entre 1,40 e 1,65 euros

Prospeto foi enviado esta quinta-feira pelo grupo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A data expectável de admissão à negociação e do primeiro dia de negociação incondicional das ações no Euronext Lisbon é 23 de outubro de 2018
4 Outubro 2018, 22h41

As ações da Sonae MC serão vendidas a um preço entre os 1,40 e os 1,65 euros na Oferta Pública de Venda (OPV), de acordo com o prospeto da operação enviado esta quinta-feira pelo grupo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O valor final será definido consoante a procura de investidores nacionais e internacionais pelos títulos.

O montante traduz-se num valor base da oferta entre 304 milhões e 359 milhões de euros. A ações serão admitidas à negociação na Euronext Lisbon a 23 de outubro, com o ticker SONMC.

A oferta será de até 217,36 milhões de ações ordinárias existentes no capital social da Sonae MC, SGPS,  através de uma oferta pública a investidores qualificados e não qualificados em Portugal, bem como uma oferta particular internacional a certos investidores institucionais em outras jurisdições. No entanto, as partes para uns e outros são diferentes.

Ao retalho, a oferta será de até 50 milhões de ações, todas da mesma categoria, que representam até 5% do capital social. A alocação de ações à oferta institucional e à de retalho poderá estar sujeita a acordos de claw-back ou claw-forward. Ou seja, dependendo da procura a Sonae MC pode realocar até 25 milhões ações da oferta de retalho à institucional reduzindo a dimensão da primeira.

“Quaisquer ações não adquiridas na oferta de retalho até ao fim do período da oferta poderão ser adquiridas na oferta institucional”, explica a empresa.

Encaixe financeiro de 344 mil milhões de euros

A Sonae SGPS pretende manter a posição de acionista maioritária da Sonae MC e revela que “é expectável que o montante de free float da Sonae MC corresponda a 21,74% antes do exercício da opção de over-allotment e a 25% caso a opção de over-allotment seja exercida na totalidade”.

Após a publicação do prospeto, a empresa irá começar, já na segunda-feira, a oferta pública, sendo que espera que a oferta de retalho termine a 17 de outubro e a oferta institucional no dia seguinte.

“O preço da oferta e o número concreto de ações oferecidas na oferta será determinado, depois de terminado o período da oferta, pelo oferente, após consulta da sociedade e recomendações dos Joint Global Coordinators, considerando as condições do mercado e outros fatores. O Preço da Oferta final e o número final das Ações oferecidas na Oferta serão determinados através de uma declaração emitida pelo Oferente, a qual será submetida à CMVM”, explica o prospeto.

A receita bruta estimada pela Sonae MC para a oferta – assumindo o valor mais elevado do intervalo de preço – é de 358,6 mil milhões de euros. No entanto, a empresa aponta também despesas na ordem dos 14,6 mil milhões de euros. Em termos líquidos, o encaixe financeiro esperado é de 344 mil milhões de euros.

Lucro de 38,4 milhões de euros no primeiro semestre

Sobre os motivos para a operação, a Sonae MC explica esperar que, ao tornar-se uma sociedade com as ações admitidas à negociação em mercado regulamentado “proporcione certas vantagens para o grupo, incluindo a melhoria da nossa proposta de valor através de um maior nível de autonomia, uma estrutura de capital independente e permita a libertação de um fluxo de dividendos, bem como uma estrutura de corporate governance alinhada com as melhores práticas de mercado das sociedades abertas”.

“Espera-se também que a Oferta crie valor para o acionista, principalmente criando visibilidade sobre a valorização da Sociedade e também reduzindo potencialmente o desconto de holding da sociedade-mãe”, acrescenta.

No primeiro semestre do ano, a Sonae MC – que sofreu uma reestruturação em relação à antiga Sonae Investimentos – registou um lucro atribuível a acionistas de 38,4 milhões de euros (mais 11% que no semestre homólogo ainda com a antiga estrutura). O EBIDTA subiu 4,3% para 55,1 milhões de euros, segundo dados também enviados esta quinta-feira à CMVM.

O Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank atuam como Joint Global Coordinators da Oferta e Joint Bookrunners da Oferta Institucional juntamente com o Banco Santander, o CaixaBank BPI e o CaixaBI. O Haitong Bank, a JB Capital Markets e o Mediobanca atuam como Co-lead Managers. O CaixaBI e o Millennium Investment Banking atuam como Joint Lead Managers e Joint Bookrunners da Oferta de Retalho.

[Notícia atualizada às 22h57]

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