Uma caldeira nas Furnas, nos Açores explodiu esta quarta-feira, pelas 14h50, hora local (15h50 em Lisboa). A explosão fez com que água quente, cinzas e pedras fossem projetadas a 15 metros de distância mas, de acordo com o Diário de Notícias, apesar do susto que os turistas que ali se encontravam apanharam, não houve feridos registados. Conforme explicou o diretor do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, Victor Forjaz, ao mesmo jornal, a explosão denominada de “freática” decorre de um movimento numa falha geológica, “na ordem dos centímetros”.
O especialista esclareceu ao DN que “quando uma falha geológica mexe, quando tem um pequeno movimento, a água à superfície, seja de uma riberia, fumarola ou lagoeiro, desce ao longo da falha e encontra massas superaquecidas. Então essa água explode e a explosão naturalmente ascende a velocidade quase supersónica, projetando à superfície gases vulcânicos e materiais sólidos”. Contudo, segundo Victor Forjaz, apesar de existirem outros registos semelhantes, trata-se de um falha invulgar.
O diretor acrescenta, também, que os visitantes não foram atingidos devido ao murete ali colocado há perto de três anos que impede a livre circulação das pessoas, limitando-as a uma determinada distância das caldeiras, distância essa considerada de segurança. Assim, a explosão resultou em pequenos salpicos em visitantes por causa da sua intensidade mas a parte “mais pastosa e quente desceu para a ribeira mais próxima”.
Entretanto, continuou Victor Forjaz, pelas 19 horas, “a lama começou a subir na conduta e a caldeira entrou numa fase de recuperação que deve demorar entre 15 dias a um mês” para estabilizar e voltar ao turquesa de sempre. O especialista assegura que, no seu parecer, enquanto profissional da área em questão, esta explosão não significa que exista “risco de o vulcão das Furnas entrar em erupção nas próximas semanas”, relembrando que, apesar de não representar perigo iminente, o arquipélago é uma região vulcanicamente ativa e que “a quatro quilómetros de profundidade há magma e outros fluídos que mantém vivo o vulcão”.
No entanto, é preciso manter um “sistema de vigilância apurado e eficiente” permanente, adverte o vulcanólogo, citado pelo DN.
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