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Açores: “Falta um plano estratégico para setor das pescas e transformação de pescado”, aponta Cofaco

Para a Cofaco, a necessidade de criação de condições para a fixação de investimento é “essencial à sobrevivência do setor na região e, desta forma, ao desenvolvimento sustentável da economia açoriana”.
26 Agosto 2018, 16h00

Do ponto de vista do setor secundário, a economia açoriana “ainda não conseguiu desenvolver as infraestruturas à captação e fixação de investimento industrial”, afirma ao Jornal Económico, Catarina Ferraz, adjunta da administração, marketing e comunicação da conserveira portuguesa Cofaco, realçando mesmo que “a falta de um plano estratégico para o setor, ao nível das pescas e transformação do pescado, interfere com a competitividade das empresas e, em última análise, faz com que a instalação de novas unidades industriais seja difícil”.

Em seu entender a necessidade de criação de condições para a fixação de investimento é, por isso, “essencial à sobrevivência do setor na região e, desta forma, ao desenvolvimento sustentável da economia açoriana”.

E neste contexto, a localização nos Açores implica, em seu entender, e desde logo, “uma série de condicionantes” à atividade industrial. Recordando que inicialmente, a razão pela qual decidiram fixar-se nesta Região se prendia com uma maior proximidade da matéria-prima, à data, afirma que o pescado dos Açores já não é suficiente para satisfazer as necessidades de produção, o que obriga a ir comprar a principal matéria-prima a outras geografias.

Acresce ainda o facto de os Açores estarem fora da rota dos cargueiros internacionais e paralelamente, os Açores apresentam “uma notória falta de infraestruturas de apoio à indústria, forçando assim a que tenhamos sempre de recorrer a soluções externas para questões de manutenção da fábrica, compra de matérias-primas e compra de consumíveis”. frisa, acrescentando que tudo isto contribui para que os custos associados ao processo produtivo sejam mais elevados, o que os coloca em desvantagem face às empresas congéneres no continente.

Não obstante, com o objetivo de amenizar todas estes desafios e otimizar as potencialidades da Região, a Cofaco está a trabalhar para a criação de uma rede de atividades complementares à indústria, capazes de providenciar apoio e rentabilizar a atividade industrial na região. “Apenas assim será possível tirar o máximo partido do valor acrescentado que a ligação aos Açores representa”, reforça.

Quanto à estratégia de desenvolvimento, a Cofaco modernizou e otimizou os processos produtivos, privilegiando sempre o know-how único que a sua história lhe garante: “acreditamos na importância de conciliar a tradição artesanal com uma cultura de constante inovação. Sabemos que o desenvolvimento futuro da nossa indústria nos Açores assenta, em grande parte, na expectativa de uma nova política de pescas e maior aposta governamental no setor pesqueiro, por via da otimização dos meios pesqueiros e dos instrumentos de identificação de pescado. Consubstanciados num plano estratégico para o setor nos Açores, estes são temas fundamentais para que se criem condições otimizadas para o crescimento industrial da região”, conclui Catarina Ferraz.

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