Há alguns anos que se percebeu que o Turismo em Portugal teria potencial para ser algo mais sério e estruturado, para lá dos pequenos bandos de turistas que visitavam Lisboa, Algarve ou Porto, habitualmente os mais conhecidos pelos estrangeiros que nos visitam. Os últimos anos, pré-pandemia mostraram que Portugal – e não apenas Lisboa ou Algarve – tinha potencial para transformar a economia do país, ajudando-a no seu desenvolvimento e criando muitos postos de trabalho.
Todos sabemos que uma boa percentagem destes empregos criados via Turismo são sazonais e que as condições nem sempre são as melhores ou mais adequadas. Mas a verdade é que o país beneficiou muito com o desenvolvimento do turismo bem pensado e estruturado.
A verdade é que até ao início de 2020, Portugal atraía – beneficiando de um conjunto de circunstâncias – turistas de todos os lados e em números cada vez mais elevados. Olhe-se para as reservas dos hotéis que levaram ao aparecimento de novos hotéis, hostels e alojamentos locais, o número de voos diários que colocava o aeroporto de Lisboa no seu limite, entre muitos outros aspetos. Portugal apareceu no mapa e com ele vieram também mais multinacionais, com mais empregos e investimentos.
A pandemia apareceu, infelizmente, como que um tsunami que tudo varreu e levou. Os estragos provocados são muitos e a recuperação vai demorar anos. Ainda assim, mais de um ano depois, começa a abrir-se o país aos turistas nacionais, mas também aos estrangeiros. Os voos de turistas com origem no estrangeiro começam a afluir para os nossos aeroportos e acredita-se que este é o momento para colocarmos, novamente, a máquina na máxima força para iniciarmos a recuperação.
Na Europa, pedem-se medidas transversais que potenciem e fomentem a recuperação do turismo. Todos sabemos que vai demorar até chegarmos a níveis pré-pandemia, mas a vontade é maior do que o lado racional e, nesta fase, acredito que os Portugueses, habituados a arregaçarem as mangas, já só olham para a frente e para o que podem fazer para reabrirem em pleno as portas para os turistas, nacionais e estrangeiros.
É interessante perceber-se que mesmo com a crise Portugal manteve-se um país atrativo para investidores ou não estivesse o mercado imobiliário quente como está, atraindo muitos estrangeiros, reformados ou não, que querem cá passar uns meses todos os anos. Já sabemos: a meteorologia, a comida, as pessoas, as praias, mas também a estabilidade política e a segurança. Fatores que atraem e cativam e nos distinguem de outros destinos concorrentes.
A aquisição da Vilamoura World por um grupo de investidores nacionais, naquele que é um dos principais e mais reconhecidos destinos turísticos nacionais, é uma ótima notícia que nos chega no melhor momento, agora que a máquina do turismo quer novamente voltar a aquecer.