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Activos sob gestão aumentam 1,7 mil milhões de euros num ano

A CMVM divulgou as Estatísticas trimestrais sobre gestão de ativos, relativas ao 4.º trimestre de 2017. O valor dos ativos sob gestão individual e coletiva de carteiras em Portugal atingiu 92.487,5 milhões de euros.
  • Cristina Bernardo
27 Janeiro 2018, 19h35

O valor dos ativos sob gestão individual e coletiva de carteiras em Portugal atingiu 92.487,5 milhões de euros no quarto trimestre de 2017, mais 303,3 milhões do que no trimestre anterior e mais 1.703,4 milhões do que no período homólogo de 2016. Os dados são da CMVM.

No que se refere à gestão individual de ativos, o montante sob gestão individual aumentou 0,4% em dezembro face a setembro, para 63.463,4 milhões de euros, e subiu 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

A gestão individual de ativos é o conjunto de valores que pertencem a um titular considerado individualmente. Também é designada como gestão de patrimónios ou gestão de carteiras por conta de outrem.

Os valores mobiliários cotados (por exemplo ações e obrigações) e as unidades de participação em fundos representavam 86,7% das aplicações.

O segmento de ações nacionais cresceu 2,6% face ao trimestre anterior e caiu 3,2% em relação ao quarto trimestre de 2016, para um total de 1.046,0 milhões de euros. Sendo que as ações em carteira emitidas por entidades não residentes ascendiam a 2.304,6 milhões de euros no final de dezembro, valor praticamente inalterado face a setembro e inferior em 3,6% ao do período homólogo.

As aplicações em dívida pública nacional desceram 1,0% em relação ao final de setembro, para 18.555,9 milhões de euros, enquanto os montantes aplicados em dívida pública estrangeira subiram 16,7% face ao trimestre anterior e 37,5% em relação ao período homólogo, segundo a CMVM.

Aqui, as aplicações em obrigações emitidas por entidades nacionais caíram 9,7% no trimestre, para 1.461,2 milhões de euros, contrariamente às emitidas por entidades não residentes, que cresceram 2,5% para 11.949,6 milhões de euros.

Há a salientar que Portugal manteve-se como principal destino de investimento (33,2% do total), com um decréscimo trimestral de 1,5%, seguido de Itália, que subiu 16,6% no trimestre, e Alemanha, que aumentou 9,7%.

Em termos de intermediários financeiros, a Caixagest liderava este segmento do mercado no trimestre, com uma quota de 34,4%, correspondente a 21.814,4 milhões de euros de ativos sob gestão, seguida da F&C Portugal (23,2%) com 14.728,7 milhões, e da BPI Gestão de Activos (11,1%) com 7.039,2 milhões.

No que se refere à gestão coletiva de carteiras, o valor gerido pelos organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM), fundos de investimento alternativo (FIA), fundos de investimento imobiliário (FII), fundos especiais de investimento imobiliário (FEII), fundos de gestão do património imobiliário (FUNGEPI) e fundos de titularização de créditos (FTC) totalizou 29.024,0 milhões de euros no quarto trimestre (mais 0,2% do que no terceiro trimestre e mais 2,7% do que no período homólogo de 2016).

É de destacar que o investimento em ativos mobiliários, que engloba os OICVM e os FIA, totalizou 12.291,9 milhões de euros no final de dezembro, mais 3,0% do que em setembro e 10,7% do que no período homólogo.

O valor das carteiras dos OICVM subiu 5,7% face aos três meses anteriores, para 11.106,6 milhões de euros. Já os FIA recuaram 16,9% para 1.185,4 milhões de euros.

Nos OICVM, o valor sob gestão dos fundos de ações subiu 4,6%, o dos fundos de obrigações aumentou 14,0% e o dos fundos poupança reforma (FPR) cresceu 10,9%. Estas categorias de fundos estão entre as que mais pesam no valor global das carteiras.

O valor dos fundos do mercado monetário teve uma queda trimestral de 5,2% e o valor sob gestão dos fundos flexíveis subiu 6,9%.

A CMVM refere ainda que os principais destinos de investimento em valores mobiliários no exterior foram o Luxemburgo (captando 17,6% do total aplicado), a Alemanha (14,4%) e o Reino Unido (13,9%). Portugal captou 10,9%, tendo 43,5% do valor das aplicações sido efetuado em dívida pública, 28,3% em ações e 26,5% em dívida privada.

A Caixagest foi também aqui a entidade gestora com a maior quota de mercado neste segmento (32,0%), seguida da BPI Gestão de Activos (25,2%) e da IM Gestão de Activos (18,3%).

Já no investimento em ativos imobiliários, efetuado através de FII e FEII, o valor sob gestão foi de 10.294,4 milhões de euros, menos 0,6% do que no trimestre anterior. Nos fundos de gestão de património imobiliário (FUNGEPI) o montante sob gestão recuou 0,5% face a setembro, para 499,2 milhões de euros.

A Interfundos apresentava a quota de mercado mais elevada no quarto trimestre (15,0%), seguida da Norfin (12,0%) e da Fundger (9,4%).

Os fundos de titularização de créditos (FTC) geriam 5.938,5 milhões de euros no final de dezembro, menos 3,6% do que no final do trimestre anterior e menos 10,5% do que no período homólogo de 2016. Os créditos hipotecários, com um peso de 98,2% no total de investimentos, continuavam a ser o principal ativo em carteira, apesar da descida de 3,6% face ao trimestre anterior e de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, para 5.828,7 milhões de euros.

·No que se refere à comercialização de OICVM estrangeiros, o valor sob gestão de OICVM estrangeiros comercializados por entidades registadas na CMVM atingiu 4.109,1 milhões de euros no quarto trimestre, mais 10,7% do que nos três meses anteriores e mais 38,2% do que no período homólogo.

O Deutsche Bank tinha aqui a quota de mercado mais elevada (32,2%), seguido do Bankinter (16,6%) e do Banco Best (15,9%).

 

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