[weglot_switcher]

Adiar toma da segunda dose permite vacinar mais 200 mil idosos até final de março, garante coordenador da ‘task force’

O vice-almirante Gouveia e Melo, adiantou que o alargamento do período de administração da segunda dose das vacinas até às duas semanas está a ser estudado entre a Direcção-Geral da Saúde e o Infarmed a pedido do grupo de trabalho.
Miguel A. Lopes / Lusa
24 Fevereiro 2021, 11h10

O coordenador da task force para o plano de vacinação contra a Covid-19 admitiu que o objetivo de vacinar 80% da população de pessoas com mais de 80 está a criar “um constrangimento difícil” no processo de vacinação, uma vez que a vacina da AstraZenenca não está a ser administrada a idosos com idades superiores a 65 anos, embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha dado um parecer contrário.

“Estamos a concentrar mais de 90% de todas as vacinas para pessoas com mais de 80 anos. É uma preocupação. Não tenho a certeza de que vamos conseguir atingir o objetivo face ao número de vacinas que temos”, afirmou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, esta quarta-feira, numa audição na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, a pedido do PSD.

É daqui que vem a perspetiva de alargar o período entre a administração das duas doses, sem que isso simbolize uma diminuição da proteção pelos cidadãos por quem a recebe. Aliás, o adiamento permite chegar a mais 200 mil idosos a partir de 80 anos até ao fim de março, garantiu o vice almirante. Esta possibilidade está a ser estudada entre a Direcção-Geral da Saúde e o Infarmed.

A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS), já tinha recomendado em janeiro esta medida mas aquilo que agora está em cima da mesa é algo ligeiramente diferente: ao contrário do que este organismo da DGS tinha referido inicialmente, que o adiamento deveria ser de três semanas (42 dias), a sugestão agora refere apenas sete dias de adiamento.

De acordo com as normas de cada fabricante, é recomendado que a segunda dose da vacina da Pfizer seja dada três semanas após a primeira, a da Moderna quatro semanas e a da AstraZeneca pode ir das quatro até às 12 semanas (estas últimas duas já estão também a ser administradas em Portugal).

A antecipação da vacinação, considera, é “um princípio bom” porque permitirá dar “protecção de 70%” a milhares de idosos e ficar mais perto da meta da Comissão Europeia – vacinar 80% dos idosos com mais de 80 anos até ao final de março.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.