No final de setembro, a Madeira – e muito bem! – será palco de um grande evento que reunirá cerca de 2.500 profissionais nas áreas das tecnologias da informação, a Immersive Global Summit, e ainda de um outro, o High End Congress on Metaverse. Como destaca esta semana a revista “The Economist”, “metaverso” é nos dias de hoje uma expressão equivalente à das “super autoestradas da informação” que se popularizou nos anos 90 do século XX e que, entretanto, caiu em desuso.

No caso do metaverso, o termo terá surgido pela primeira vez num romance de ficção científica também dessa mesma altura, 1992, da autoria de Neal Stephenson. Em “Snow Crash”, o metaverso era uma área imobiliária virtual, onde propriedades podiam ser vendidas e compradas e as distâncias percorrida por avatares dos utilizadores.

Hoje, como salienta a “The Economist”, o metaverso é um conceito que mistura totalmente a existência digital e física e que vai ganhando nuances, havendo quem fale desde uma “nova internet”, até uma sociedade virtual democratizada, passando pela convergência de realidades virtuais e físicas, espaços virtuais persistentes ou mesmo um mundo gémeo do nosso, mas digital.

No campo que nos parece quase ilimitado das potencialidades económicas e de monetização, o head of gaming e e-sports da Wunderman Thompson, Grant Peterson, resume bem a questão quando afirma que, essencialmente, se trata da “criação de um mundo virtual persistente, no qual os consumidores são capazes de saltar entre diferentes experiências virtuais. Será alimentado por uma economia virtual em que existem empregos e o mesmo tipo de mecânica financeira que vemos nas economias típicas”.

O nosso avatar poderá ir a lojas, desfiles de moda, concertos, espaços de entretenimento, etc. Mas isso, só por si, não é algo novo. Lançada em 2003 (e retomada em 2020, coincidindo com a pandemia) a plataforma Second Life chegou a atingir os 21 milhões de contas registadas e tudo isso era já possível para os avatares dos utilizadores, chegando a incluir embaixadas de diferentes países.

Mas foi agora, desde a redenominação para Meta da empresa de Mark Zuckerberg, que o mesmo conceito ganhou amplitude mundial. Como dizem os seus responsáveis: “O metaverso é o próximo passo na jornada das conexões sociais”. E, sendo o metaverso social, importa questionar que assimetrias ele trará, a nível geográfico e socioeconómico, a um mundo, o real, já em si cada vez mais dividido e polarizado.

Com mais ou menos certezas sobre o que será, melhor ou pior definido nos seus exatos contornos, o metaverso é a buzzword do momento, o comboio em andamento em que nenhuma empresa quer deixar de embarcar. Os mundos virtuais estão aí. Serão alargados, mais realistas, mais acessíveis e a tecnologia permitirá uma maior imersão nesses outros mundos. Mas uma coisa importa ter em mente: por mais que o futuro se apresente como virtual, os efeitos na economia do metaverso serão bem reais.

 

O Grande Prémio de Portugal será a prova de abertura do Campeonato do Mundo de Velocidade de motociclismo de 2023, entre 24 e 26 de março. Boa notícia para o Autódromo Internacional do Algarve, que assim acolhe a maior competição mundial da modalidade e vê reconhecidas a confiança na organização e na qualidade do circuito.