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Agências de viagens sentem-se “abandonadas e à deriva” pelo Governo

Em 2020 as receitas do sector do turismo tiveram uma quebra acima dos 80% em relação ao ano anterior (pré-pandemia) ao que se soma  as perdas acumuladas de mais 80% ao longo de 2021.
15 Setembro 2021, 16h53

Depois de o Governo ter anunciado esta quarta-feira uma nova linha de apoio para micro e pequenas empresas no valor de 100 milhões de euros, a Associação dos Sócios Gerentes das Agências de Viagens e Turismo (ASGAVT) emitiu um comunicado onde considera que as empresas do sector do turismo foram “abandonadas e deixadas completamente à deriva depois de um verão muito aquém do esperado”.

“Acreditávamos que o foco no desenvolvimento da economia e a retoma para níveis de 2019 passaria certamente por um olhar mais atento e um investimento mais forte no Turismo. Afinal vemo-nos abandonados e deixados completamente à deriva depois de um verão muito aquém do esperado.  A tesouraria das empresas não aguenta mais endividamento como constantemente temos vindo a dizer. O Governo não pode olhar apenas para as receitas geradas pelo sector que tanto contribui  direta e indiretamente. Tem sim de saber apoiar e fomentar esse desenvolvimento”, afirma a ASGAVT.

A associação acrescenta que “abandonar o empreendedor, deixá-lo com as dívidas, com os financiamentos efetuados em tempos de pandemia e com o amargo do despedimento dos trabalhadores é insensato, é inadmissível. Não tivemos direito a mais apoios porque o Governo encerrou toda a nossa atividade, fechou fronteiras e proibiu a saída e entrada de passageiros, mas esqueceu-se de colocar o nosso CAE na lista dos CAES encerrados por decreto. Mais uma vez o erro nunca assumido reflete-se de uma maneira  afrontosa para o empreendedor das agências de viagens”.

Em 2020 as receitas do sector do turismo tiveram uma quebra acima dos 80% em relação ao ano anterior (pré-pandemia) ao que se soma  as perdas acumuladas de mais 80% ao longo de 2021. A ASGAVT acredita que “além do extremamente necessário apoio à tesouraria das empresas das agências de viagens em geral”,  é necessário rever “um apoio extra a algumas áreas específicas da atividade que continuam a ser muito fustigadas como por exemplo as que se dedicam a turismo de negócios, eventos e grupos”.

“Alertamos que se não formos apoiados condignamente, muitos de nós não sobreviverão ao inverno, encerrando portas, acumulando dividas, gerando despedimentos em massa, fazendo com isso que a despesa do Estado aumente substancialmente com o pagamento de subsídios de desemprego, e com o assumir dos custos com os financiamentos contraídos com garantia de estado”, acrescenta a ASGAVT.

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