As empresas e inventores portugueses apresentaram 329 pedidos de patentes na Organização Europeia de Patentes (OEP) em 2023, o que traduz um acréscimo de 5,4% em relação ao ano anterior, de acordo com o Patent Index 2023 publicado ao primeiro minuto deste terça-feira, 19 de março.
Os números mostram que se trata de um recorde histórico com o número de pedidos de patentes a crescer 21% desde 2019.
“O nosso mais recente Index de Patentes mostra que a inovação permaneceu vibrante em todo o mundo em 2023”, afirma o presidente da Organização Europeia de Patentes, António Campinos. “A OEP foi encarregada de examinar mais pedidos do que nunca, o que confirma tanto a atratividade do mercado tecnológico europeu como a elevada qualidade dos nossos produtos e serviços”.
O responsável destaca o dinamismo que se verifica ao nível das PME: “As pequenas e médias empresas europeias estão a utilizar cada vez mais as patentes, tendo a percentagem de pedidos apresentados por PME atingido o seu nível mais elevado no ano passado. Estas empresas podem agora beneficiar da nova Patente Unitária, que melhora significativamente o ambiente para a inovação na Europa, proporcionando uma opção mais simples e mais económica para os inovadores protegerem as suas invenções e introduzi-las no vasto mercado da UE”.
Sectores chave, Top 3 e regiões mais dinâmicas
A tecnologia informática e a tecnologia médica continuam a ser os principais sectores no que respeita ao pedido de patentes de Portugal no mercado europeu, representando quase um quinto do total do país. O terceiro sector que registou mais pedidos de patentes foi o das “outras máquinas especiais”, que abrange uma série de tecnologias, desde ferramentas para a agricultura, têxteis e papel, até ao fabrico de objetos em 3D. Esta área quase duplicou em relação ao ano anterior. No entanto, o sector farmacêutico, uma das indústrias tradicionalmente líderes em inovação em Portugal, apresentou a maior queda nos pedidos em 2023 (-29,6%), tendência também refletida a nível global na OEP.
A NOS Inovação, a Universidade do Porto e a Sword Health registaram o maior número de patentes junto da OEP em 2023. Em comparação com o ano anterior, a NOS Inovação e a Universidade do Porto subiram no ranking de requerentes, enquanto o mais recente unicórnio português Sword Health entrou diretamente para o top 3.
Analisando os dez principais requerentes de patentes portugueses, metade são universidades ou centros de investigação – um número superior ao da maioria dos países europeus. As empresas foram responsáveis por dois terços dos pedidos apresentados.
O Index de Patentes deste ano também analisa a contribuição das mulheres para a inovação: 52% dos pedidos de patentes provenientes de Portugal apresentados na OEP no ano passado nomearam, pelo menos, uma mulher como inventora. O número é quase o dobro da média dos 39 Estados-membros da OEP (27%) e coloca Portugal em segundo lugar entre todos estes Estados, apenas ultrapassado pela Sérvia. Também se registaram diferenças importantes na taxa entre as diferentes áreas tecnológicas: no conjunto dos países europeus, a proporção de pedidos de patentes que nomearam pelo menos uma mulher inventora variou em média entre 14% para a engenharia mecânica e 50% para a área química.
O Norte de Portugal continua a liderar o ranking regional, com 158 pedidos de patentes registados na OEP, uma quota de 48% do total de pedidos. Segue-se a região Centro e Lisboa, com 73 e 72 pedidos de patentes, respetivamente. O Centro do país registou uma queda de quase 30% nos pedidos de patentes em 2023, em comparação com o ano anterior.
Tendências mundiais e europeias
No total, a Organização Europeia de Patentes recebeu 199 275 pedidos de patentes no ano passado, um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior e o número mais elevado até à data.
Os pedidos de patentes, que são apresentados para proteger as invenções e potenciar a sua comercialização, são também um indicador preliminar dos investimentos em I&D das empresas.
Os cinco principais países de origem dos pedidos de patentes europeias em 2023 foram os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a China e a República da Coreia. Cerca de 43% do total de pedidos foram apresentados por empresas e inventores dos 39 Estados-Membros da OEP, enquanto 57% tiveram origem fora da Europa. No ano passado, os três principais sectores de pedidos de patentes na OEP foram a comunicação digital, que abrange as tecnologias relacionadas com as redes móveis, a tecnologia médica e a tecnologia informática.
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