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“Agir agora”. Estados Unidos comprometem-se em reduzir 50% das emissões até 2030

Segundo um comunicado oficial da Casa Branca, Joe Biden pretende reafirmar “de forma inequívoca, que os Estados Unidos estão de volta” ao combate contra as alterações climáticas. Anúncio deverá ser feito no arranque da Cimeira do Clima, esta tarde.
22 Abril 2021, 12h36

Como parte do compromisso de Joe Biden de colocar os EUA na dianteira do combate às alterações climáticas, o país prepara-se para comprometer-se em reduzir entre 50% a 52% das emissões de gases com efeito estufa (GEE) até 2030. O anuncio deverá ser feito esta quinta-feira no arranque da Cimeira do Clima, em Washington, segundo noticia o “The Guardian”.

Com esta meta, os Estados Unidos pretendem reduzir os níveis de emissões a mínimos de 2005 e ultrapassar a meta originalmente establecida por Barack Obama, em 2015, que propôs uma redução entre 26 a 28% até 2025.

A meta será formalmente apresentada às Nações Unidas e representa uma inversão de marcha em relação adotada durante o mandato de Donald Trump. Segundo um comunicado oficial da Casa Branca, Joe Biden pretende reafirmar “de forma inequívoca que os Estados Unidos estão de volta”, frisando que os 50 estados não vão esperar muito mais “pois os custos destes atrasos são demasiado grandes e a nossa nação está comprometida em agir agora”.

Os Estados Unidos afastaram-se do Acordo de Paris e das preocupações em relação ao aquecimento global durante a administração de Donald Trump mas o atual Presidente, Joe Biden, anunciou o regresso ao Acordo de Paris no primeiro dia no cargo, em janeiro passado, e nesse mesmo mês divulgou a intenção de convocar uma cimeira de líderes para incrementar os esforços na luta contra a crise climática.

O anúncio chega um dia depois de mais de 400 empresas terem assinado uma carta aberta ao presidente norte-americano onde urgem o país a comprometer-se em reduzir significativamente as emissões de gases poluentes, assumindo um compromisso “ambicioso” e “tangível” em prol do planeta.

https://jornaleconomico.pt/noticias/edp-e-edp-renovaveis-entre-empresas-que-urgem-joe-biden-a-assumir-uma-reducao-de-emissoes-em-50-ate-2030-729321

Enquanto os Estados Unidos assumem o compromisso de recuarem até 52% no nível de emissões, a União Europeia compromete-se em reduzir as suas emissões em 55% até 2030 e alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

Ainda que assuma o compromisso de reduzir as emissões em 50%, um grupo de organizações de defesa do ambiente, incluindo o Sunrise Movement, estima que esse esforço poderá não ser suficiente, dado que os Estados Unidos são um dos maiores poluidores, a par com a China, de acordo com os registos oficiais.

Por isso, sugerem que a meta de redução de emissões de GEE seja na verdade de 70% e que alcance os outros 125% através do financiamento da redução de emissões em países em vias de desenvolvimento.

Lembrando os avisos dos cientistas de que é preciso limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius acima da média da época pré-industrial, a presidência de Joe Biden explica que esse é também um dos objetivos da cimeira, bem como o de exemplificar como uma maior ambição climática vai criar bons empregos, contribuir para o avanço de tecnologias inovadoras e ajudar países vulneráveis a adaptarem-se aos impactos das alterações climáticas.

Joe Biden convidou para a cimeira os líderes dos 17 países responsáveis por cerca de 80% das emissões globais de GEE e do PIB mundial, países que demonstraram uma “forte liderança climática” e países especialmente vulneráveis às alterações climáticas.

Para o encontro virtual, que será transmitido em direto, Joe Biden quer levar temas como o aumento dos esforços das principais economias mundiais para reduzir emissões na presente década, mobilizar financiamento para impulsionar a transição e ajudar países mais vulneráveis, debater os benefícios económicos dessa transição, e estimular as tecnologias de transformação e adaptação.

Joe Biden quer ainda dar visibilidade a entidades empenhadas na recuperação verde, e discutir o reforço da capacidade de proteção face aos impactos das alterações climáticas e o papel das soluções baseadas na natureza para alcançar as emissões neutras de gases até 2050.

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