Nunca desde a revolução de 1979 tão poucos iranianos tiveram pachorra para ir votar. Os que foram, fizeram os conservadores ganhar – até pela razão simples de que não havia moderados, nem muito menos oposicionistas em quem votar.
Ahmad Vahidi, o ministro do Interior, foi o membro do governo destacado para anunciar os níveis de votação e para dizer as enormidades que se lhe seguiram: que a votação era manifesto necessário e suficiente para demonstrar o empenho dos iranianos na defesa do seu regime. A tese é impossível de provar, mas a comunidade internacional também não estaria propriamente à espera de outra coisa.
Ao contrário do que disse Ahmad Vahidi, a tão pouco numerosa demonstração de interesse ou de carinho pelo regime imposto pelos religiosos radicais desde 1979 dá mostra clara de que os aiatolas perderam tração com o povo – depois de já terem deixado claro que há muito não têm nenhuma tração com a realidade. Vale a pena recordar que estas foram as primeiras eleições desde que Mahsa Amini morreu enquanto estava sob custódia da chamada polícia moral do Irão, na sequência de ter cometido o grave crime de se apresentar praticamente nua (sem o véu) em público.
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