O AI Act, conjunto de regulação definido pela União Europeia para a Inteligência Artificial, pode acabar por ser um travão ao desenvolvimento tecnológico na Europa, considerou Paulo Paixão, Head of Audit & Assurance da KPMG, esta quarta-feira no evento que serviu para a apresentação do estudo “Generative AI Governance Survey”.
“AI Act? Do ponto de vista económico, vai ser mais difícil a este mercado agir na Europa do que nos EUA ou na China. A opinião generalizada é de que esse é um travão ao desenvolvimento tecnológico. Não sei se a vontade de utilizar estas ferramentas não vai ultrapassar a regulamentação e aí não serão valorizados os riscos”, referiu.
Acredita este responsável que “a IA Generativa é imparável mas tem que ser gerida, é uma questão de confiança e de controlo, se não for assim haverá um dano maior para as organizações”.
Relativamente à forma como estas ferramentas serão adotadas, Paulo Paixão acautelou para o carácter de improvisação que pode prejudicar também a segurança dos dados. “Há uma conclusão que me preocupa é que as organizações estão, de forma voluntária, a utilizar ferramentas de Inteligência Artificial, sem qualquer cautela para aquilo que é a utilização de dados que pode colocar as entidades numa situação de vulnerabilidade. Sempre fomos conhecidos pela capacidade de improviso e a falta de planeamento pode ser penalizadora porque estamos a falar de ferramentas que exigem rapidez de decisão e de execução”.
A consultora KPMG apresenta esta quarta-feira, num debate promovido em parceria com o JE, as conclusões do estudo “Generative AI Governance Survey”. A introdução de ferramentas ligadas à Inteligência Artificial Generativa nas empresas promete trazer mudanças significativas a todos os níveis: não só na produtividade como também na governance.
Neste encontro debatemos de que forma os mecanismos de governance devem adaptar-se a esta nova realidade em que a Inteligência Artificial Generativa é, cada vez mais, uma realidade, nomeadamente a nível da tomada de decisões por parte dos gestores das empresas.
O painel de debate contou com os contributos de João Moreira Rato, Presidente do Instituto Português de Corporate Governance, e Paulo Paixão, Head of Audit & Assurance da KPMG, e teve a moderação de Filipe Alves, Diretor do JE e Publisher da Media Nove.
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