Ao longo dos tempos, coube ao salário o papel de motivar e atrair os melhores profissionais. Acreditava-se que um salário elevado e a estabilidade seria a combinação perfeita para cativar e manter um bom colaborador na empresa, no entanto, nos nossos dias, tal parece já não ser suficiente.

Existem coisas que o dinheiro não compra, nomeadamente, emoções e cada vez mais, hoje, são as situações que despertam sentimentos positivos, as que potenciam bem-estar e promovem equilíbrio e satisfação pessoal, que atraem as pessoas e fazem, efetivamente, a diferença na hora de aceitar ou rejeitar uma oferta de trabalho.

É verdade que o desempenho da pessoa tem de ser recompensado por um salário adequado às suas funções e responsabilidade, no entanto, hoje, não é o suficiente… Fala-se de um outro conceito de salário, que não está espelhado no recibo de vencimento e pode assumir diferentes formas: o salário emocional.

Falamos de salário emocional quando nos referirmos às vantagens que as empresas oferecem aos seus colaboradores para melhorar os seus níveis de satisfação no trabalho sem que isso signifique realmente um aumento salarial. É o salário emocional que faz com que as pessoas sintam prazer em ir trabalhar todos os dias, são os pequenos pormenores, muito difíceis de medir, mas que, no final fazem com que as pessoas se entreguem de “corpo e alma”, aumentando o compromisso e fidelização à organização.

Isso pode significar, por exemplo, um horário flexível, home-office, seguros de saúde, benefícios sociais em relação à educação dos filhos, espaços de lazer dentro das empresas, ajudas no pagamento de formação, facilidade de comunicação entre colaboradores e superiores, programas de desenvolvimento de carreira, atividades de teambuilding, programas de lazer que incluam as famílias dos colaboradores, transparência em relação aos objetivos da empresa, flexibilidade na rotina organizacional, atividades em datas comemorativas, avaliações objetivas e diretas, cultura de reconhecimento e feedback, entre outros.

Apesar do conceito de “salário emocional” estar mais associado às novas gerações, este tem ganho transversalidade, conquistando cada vez mais adeptos. Também as empresas parecem não ficar indiferentes a este conceito e, lentamente, começam a incluí-lo nos seus pacotes salariais. Afinal, sabem que este tipo de salário reduz a rotatividade dos profissionais, aumenta a sua eficiência e é também um fator fundamental na retenção e captação de talentos.

Hoje em dia, a pessoa quer ser reconhecida não somente como um trabalhador, mas também como um ser humano que tem família e vida pessoal. Alguém que necessita de espaço e tempo para viver cada um desses três aspetos da sua vida. Claramente, precisa de balancear o lado pessoal, familiar e organizacional e é deste equilíbrio perfeito que resulta a produtividade e felicidade plena.

No futuro, parece inevitável que será o salário emocional que fará a diferença e determinará a escolha entre uma ou outra oferta. As pessoas querem um salário adequado para dar resposta às suas necessidades, porém, também necessitam de flexibilidade, um plano de carreira, continuar a investir na sua formação e de dedicar tempo de qualidade à sua família.