A fabricante de aviões Airbus anunciou que está a trabalhar numa tecnologia de propulsão híbrida-elétrica, entre outras opções, cujo objetivo é reduzir as emissões dos aviões a jato, segundo um comunicado consultado pela “Reuters” divulgado esta sexta-feira, dia 26 de fevereiro.
A Airbus divulgou a iniciativa através de um documento que projeta mais de um milhão de toneladas em emissões de CO2 equivalente ao ciclo de vida de cada jato da atual geração, tornando-se na primeira fabricante de aeronaves a relatar as chamadas emissões de “Escopo 3”. As emissões de “Escopo 3” resultam de atividades de ativos não pertencentes ou controlados pela organização em causa, neste caso a Airbus, mas que a empresa impacta indiretamente na sua cadeia de valor.
Até agora, a Airbus divulgou intenções de utilizar, principalmente, o hidrogénio como a fonte de energia preferida para os futuros aviões, prometendo lançar o primeiro avião comercial movido a hidrogénio em 2035.
Mas esta sexta-feira, a fabricante acrescentou ao desenvolvimento de motores movidos a hidrogénio a possibilidade de vir a utilizar fontes de energia alternativas, como as híbridas-elétricas.
“O trabalho da empresa em voos elétricos lançou as primeiras bases para o nosso futuro conceito de aeronave comercial de zero emissões”, disse a Airbus, acrescentando que “agora estamos a explorar uma variedade de opções de tecnologia híbrida-elétrica conjuntamente com a de hidrogénio”.
Embora os especialistas afirmem que o hidrogénio pode alimentar aviões relativamente pequenos e potenciar investimentos “verdes”, apresenta desafios devido ao seu volume e à necessidade de uma nova infraestrutura. A rival Boeing acabou por desvalorizar a ideia, segundo a “Reuters”.
Diversas fontes da indústria dizem que a principal opção para uma futura substituição do best-seller A320 de 150 lugares, com probabilidade de entrar em serviço na década de 2030, envolve energia híbrida-elétrica, com o hidrogénio a servir, provavelmente, para o abastecimento de aviões de grande porte numa fase posterior.
Os fabricantes de motores estão explorando ativamente motores de rotor aberto com pás visíveis, usando uma mistura de turbinas tradicionais e propulsão elétrica para futuras substituições do Airbus A320 e do Boeing 737, disseram autoridades da indústria à Reuters.
Solicitado a comentar sobre os seus planos híbrido-elétricos pela “Reuters”, um porta-voz da Airbus afirmou que “apenas uma combinação de tecnologias, incluindo hidrogénio, conseguirá ajudar-nos a atingir as zero emissões”.
O presidente-executivo da Airbus, Guillaume Faury, tentou convencer a indústria a aumentar esforços na pesquisa/desenvolvimento e na redefinição das operações. Em 2019, a Airbus inaugurou uma instalação para testar sistemas alternativos de propulsão e combustíveis na Europa.
A fabricante também está a utilizar uma turboélice ‘Daher-Socata TBM 900’ para analisar a propulsão distribuída com o motor padrão complementado por motores elétricos instalados nas asas, segundo o mesmo porta-voz da Airbus, citado pela “Reuters”.
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