Quem é que vai pagar a solução “Alcochete” avançada esta terça-feira como a melhor classificada para receber o novo aeroporto de Lisboa? A questão foi deixada esta terça-feira na CNN Portugal por José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal, a propósito de quem irá arcar com a despesa prevista de oito mil milhões de euros referente à nova infraestrutura aeroportuária.
“A Comissão Técnica Independente (CTI) apresenta uma solução de longo prazo e não uma solução de curto prazo. No entanto, o problema que Portugal tem é de curto prazo. Estamos a perder mil milhões de euros de receitas de turismo e mais de um milhão de turistas por falta de slots em Lisboa”, começou por criticar o presidente da ANA.
José Luís Arnaut reiterou que “a única solução possível para avançar em 36 meses e com custo zero para o contribuinte é o Montijo. É muito ambicioso avançar com um projeto destes e fazer um aeroporto maior do que o de Frankfurt ou Heathrow. De facto, não há fome que não dê em fartura mas a questão que tem de se fazer é quem é que paga?”.
A coordenadora da CTI, Rosário Partidário, disse esta terça-feira que a construção do novo aeroporto não precisa de financiamento público, sendo todas as opções financeiramente viáveis.
Rosário Partidário falava na apresentação do relatório preliminar da análise e avaliação das opções estratégicas para ampliação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que decorreu em Lisboa.
“Todas as opções são financeiramente viáveis, não sendo necessário financiamento público para a construção do novo aeroporto”, afirmou.
A Comissão Técnica Independente deu por concluído o seu trabalho de análise às várias soluções propostas e deu o seu aval à solução Alcochete, através de uma combinação Aeroporto da Portela + Campo de Tiro de Alcochete.
Como recordou o JE a 26 de abril, o Campo de Tiro de Alcochete foi a localização escolhida pelo Governo de José Sócrates em 2009. No entanto, este projeto nunca saiu do papel, tendo sido interrompido na altura devido à crise económica.
Note-se que esta opção prevê duas pistas, com a capacidade para 80 movimentos por hora e possibilidade de expansão até quatro pistas. 5.550 pessoas expostas ao ruído. Fica a 40 quilómetros de Lisboa, cerca de 40 minutos. Sem ferrovia. Inicialmente, previa a construção da terceira travessia sobre o Tejo para a ligação ferroviária. Uma das vantagens é que os terrenos pertencem ao Estado.
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