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“Alcochete nunca mais”: Sporting reage ao fim do processo de invasão da academia

O Sporting afirma que os acontecimentos do dia 15 de maio de 2018, marcaram “indelevelmente o Sporting CP e os Sportinguistas, trazendo consequências muito nefastas para todos”. Os leões sublinham ainda que o desporto deve ser um espaço “saudável e não de violência gratuita e criminalidade”.
Ataque academia de Alcochete
28 Maio 2020, 16h26

O Sporting Clube de Portugal emitiu esta quinta-feira, 28 de maio um comunicado no seu site oficial onde apela à sociedade e ao Estado português para que casos como o da invasão à academia de Alcochete não se voltem a repetir.

A posição dos ‘leões’ surgiu depois de decretada a absolvição do ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, e de Nuno Mendes, conhecido como “Mustafá”, líder da claque Juventude Leonina e de Bruno Jacinto, oficial de ligação aos adeptos na altura do ataque à Academia de Alcochete a 15 de maio de 2018.

“Passados dois anos desde o dia mais negro da história do Sporting Clube de Portugal, o clube vai continuar a lutar pelos seus valores e continuar a fazer eco, junto das entidades competentes, acerca da importância de erradicar este tipo de comportamentos” lê-se no comunicado.

O Sporting afirma que os acontecimentos do dia 15 de maio de 2018, marcaram “indelevelmente o Sporting CP e os Sportinguistas, trazendo consequências muito nefastas para todos”. Os leões sublinham ainda que o desporto deve ser um espaço “saudável e não de violência gratuita e criminalidade”.

A leitura do acordão decorreu esta quinta-feira, no tribunal de Monsanto, onde estiveram também os 37 arguidos que a 15 de maio de 2018 invadiram o complexo desportivo do Sporting Clube de Portugal, tendo agredido vários elementos do plantel.

A presidente do coletivo de juízes, Silvia Pires, referiu que “nada se provou contra estes arguidos”. A juíza considerou também que não houve qualquer ordem do ataque na casinha da claque Juventude Leonina, quando Bruno de Carvalho afirmou “façam o quiserem”.

O coletivo de juízes considerou que nem quando o ex-presidente do Sporting, acrescentou “mas depois digam-me”, nem tão pouco o clima de animosidade contra os jogadores, através das publicações nas redes sociais, esteve na base do ataque, como fazia crer o Ministério Público, que já havia pedido a absolvição de Bruno de Carvalho, por considerar que não existiam provas contra o ex- presidente dos ‘leões’.

Bruno de Carvalho ficou assim absolvido de todos os crimes de que era acusado. A juíza Silvia Pires salientou que em relação aos posts do ex-presidente do Sporting no Facebook, “não ficou provado que as críticas à equipa tivessem o objetivo de incitar à violência”.

Deste processo resultou a condenação de Ruben Marques, acusado do crime simples de ofensa à integridade física e condenado a quatro anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa por cinco anos e 200 horas de trabalho comunitário.

Outros arguidos foram condenados a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa, tendo beneficiado do facto de não terem antecedentes criminais. Estavam acusados dos crimes de ofensa a integridade física qualificada, ameaça agravada e introdução em local vedado ao público.

Contudo, nove arguidos (Fernando Mendes, Elton Camará, conhecido como ‘Aleluia’, Getúlio Fernandes, Domingos Monteiro, Bruno Monteiro, Nuno Torres, Pedro Almeida, Pavlo Antochuk e Tiago Navas), foram condenados a cinco anos de prisão efetiva, por já terem antecedentes criminais.

No total dos 44 arguidos que se encontravam em julgamento, três foram absolvidos de todos os crimes (Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto), cinco foram condenados a cinco anos de prisão efetiva e 36 foram condenados a penas suspensas e a trabalhos comunitários.

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