O investimento na área de media é uma estratégia do grupo Altice “que se mantém viva” em Portugal, uma vez que a operadora de telecomunicações não desistiu de comprar uma empresa da área da comunicação.
“Temos a convicção que a área de media fará parte da Altice Portugal”, afirmou o presidente executivo da companhia, Alexandre Fonseca, esta quarta-feira. O CEO não garante, no entanto, que uma aquisição ocorra já em 2019 e adiantou ao Jornal Económico, que a empresa não criou ainda uma equipa propositadamente para um futuro negócio na área de media.
À margem do encontro com jornalistas para apresentar o programa de saídas voluntárias para trabalhadores com mais de 50 anos de idade, o líder da Altice Portugal garantiu manter-se o interesse na área de media, mesmo depois da tentativa de compra da TVI ter sido chumbada pelo Autoridade da Concorrência (AdC).
Questionado se a Altice iria avançar com alguma proposta de negócio ou compra sobre uma empresa de media em 2019, e se, para isso, teria uma equipa especializada a estudar o mercado, Fonseca afirmou: “Neste momento não consigo dizer se vai haver uma proposta e se haverá uma negociação este ano, muito menos se haverá uma aquisição que nunca dependerá só de nós, pela postura que a Autoridade para a Concorrência teve no passado”.
Tudo no radar
“O que posso garantir é que não existe sequer uma task force, existe uma equipa de trabalho que da mesma forma que analisa serviços financeiros, serviços energéticos, analisa também a área de media e de conteúdos”.
O gestor garantiu, contudo, que a empresa tem estado a analisar o mercado português.
“Sim estamos a analisar oportunidades de negócio nos mais diversos modelos, parcerias com investimento, aquisição e, portanto, tudo isso está no nosso radar. Mas ainda é cedo, obviamente, para poder dizer se vai haver uma proposta”, prosseguiu.
De forma a sustentar a vontade da Altice Portugal, Alexandre Fonseca apontou para a aproximação que tem existido entre operadores de telecomunicações e operadores de media, recentemente, a nível global, que “demonstram o caminho” que lhe parece, em Portugal, “inevitável e que vai concretizar-se”.
E ao mesmo tempo que garantiu o interesse da empresa que lidera na área de media, o gestor relembrou o chumbo do negócio com a dona da TVI, cuja “ausência de pronúncio por parte da Autoridade da Concorrência terá criado no mercado português uma recessão e um receio relativamente aos seus operadores, porque hoje quer os operadores de media quer os operadores de telecomunicações têm receio de embarcar num processo negocial de discussão que, mais tarde, por razões administrativas ou burocráticas, venha uma autoridade qualquer dizer que não pode acontecer”.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com