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Alfredo Casimiro: “Não se percebe porque é que o nosso processo esteve parado nos ministérios das Finanças e Economia”

Alfredo Casimiro diz que tem “estado em interações diárias com o Banco de Fomento e com a Caixa Geral de Depósitos, que em janeiro nos disse estarem reunidas as condições do financiamento”. “Demos toda a informação que nos foi pedida, sempre em 24h ou 48 horas”, afirmou o acionista maioritário da Groundforce.
  • Trabalhadores da Groundforce concentrados junto ao Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, 05 de março de 2021. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
18 Março 2021, 17h01

O acionista maioritário da Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce criticou hoje a demora do Governo em despachar o processo de pedido de financiamento para a empresa no valor de 30 milhões de euros.

“A ajuda, até hoje, nunca chegou. Não se percebe porque é que foram anunciadas tantas linhas de apoio Covid, e qual a razão pela qual o nosso processo esteve parado nos Ministérios das Finanças e Economia deixando a Groundforce chegar ao ponto de não ter dinheiro para pagar salários”, afirmou Alfredo Casimiro esta quinta-feira, 18 de março.

Na sua intervenção inicial no Parlamento, o empresário referiu várias “datas fundamentais” para se perceber a demora em o seu processo ser despachado. “Em março [de 2020] enviámos o pedido para a ANAC, que nos foi dito que era a entidade que iria reunir todos os pedidos de apoio. Não obtivemos resposta, pedimos para sermos recebidos pelo Sr. Ministro das Infraestruturas e Habitação em início de junho”.

Avançando para 22 de julho de 2020, “reunimos finalmente com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, que, para além dos elogios que fez à empresa e à sua gestão, se comprometeu a apoiar-nos, inclusivamente junto do Ministro das Finanças no que fosse necessário para conseguirmos o aval do Estado, para obter o referido empréstimo de 30 milhões de euros, que era o montante tínhamos identificado, à data, como necessário”.

Já a 6 de outubro de 2020, e depois de “várias insistências”, “conseguimos finalmente a audiência com o secretário de Estado do Tesouro, onde reapresentámos o pedido e a justificação da necessidade de um aval para 30 milhões de euros e nos foi dito que este assunto era uma prioridade, e que o secretário de Estado iria remeter o dossier para Ministério da Economia”-

Alfredo Casimiro disse aos deputados que da comissão de economia que foi indicado à empresa que este processo ficou nas mãos do “dr. Marco Neves, responsável pelo Banco de Fomento”. “Em telefonema, dia 13 de novembro, com o dr. Marco Neves, percebemos que não tinha o dossier nas mãos, pelo que ainda nesse dia lhe enviámos toda a documentação”.

Desde então, Alfredo Casimiro diz que tem “estado em interações diárias com o Banco de Fomento e com a Caixa Geral de Depósitos, que em janeiro nos disse estarem reunidas as condições do financiamento”.

“Demos toda a informação que nos foi pedida, sempre em 24h ou 48 horas”, concluiu.

A TAP propôs hoje à Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce comprar os seus equipamentos por sete milhões de euros, sabe o Jornal Económico.

Este valor permite à empresa de assistência a passageiros, cargas e bagagens nos aeroportos nacionais pagar os ordenados em atraso de fevereiro e também ficar com dinheiro em caixa para pagar os ordenados de março.

A Pasogal anunciou hoje que chegou a acordo com a TAP para a Groundforce receber sete milhões de euros. Este valor permite pagar os salários em atraso de fevereiro e também ficar já com dinheiro em caixa para os ordenados de março.

“O acordo alcançado agrada à Groundforce, até porque é muito semelhante ao que a empresa propôs desde o início. A Groundforce está, naturalmente, satisfeita por ter sido possível encontrar uma solução que permita pagar os salários aos trabalhadores e pôr fim à angústia de 2.400 famílias”, segundo comunicado divulgado pela empresa de gestão de bagagens, carga e passageiros.

A Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, com o grupo TAP a deter 49,9%, com a companhia aérea a ser detida em 72% pelo Estado português.

 

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