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Alibaba entra na bolsa de Hong Kong  

O gigante chinês do comércio eletrónico, fundado por Jack Ma, fez uma oferta pública inicial e espera arrecadar o valor equivalente a mais de 12 mil milhões de euros.
  • Chance Chan / Reuters
15 Novembro 2019, 09h26

O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba entrou esta sexta-feira na bolsa de Hong Kong, onde espera arrecadar o valor equivalente a mais de 12 mil milhões de euros, numa altura de crise política na antiga colónia britânica.

O grupo, fundado pelo homem mais rico da China, Jack Ma, entrou para a História em 2014, quando realizou a maior oferta pública inicial de ações de sempre em Wall Street, mas escolheu agora Hong Kong para arrecadar fundos e impulsionar o seu desenvolvimento global.

“Para uma empresa jovem, com apenas 20 anos, trata-se de um novo começo”, disse o CEO do grupo, Daniel Zhang, numa carta enviada aos investidores.

Zhang deu também um sinal de confiança a Hong Kong, após quase seis meses de manifestações cada vez mais violentas contra a crescente influência do regime comunista no território semiautónomo.

“Neste momento de mudança, continuamos a acreditar que o futuro de Hong Kong permanece resplandecente e esperamos contribuir para esse futuro”, afirmou.

O Alibaba rejeitou “com pesar” Hong Kong, quando, em 2014, escolheu Nova Iorque, disse Zhang. O grupo acabou por arrecadar 25 mil milhões de dólares (22,6 mil milhões de euros) em Wall Street – um recorde mundial absoluto para uma oferta inicial.

Desta vez, na praça financeira de Hong Kong, o grupo oferece até 575 milhões de ações aos investidores, a um preço unitário máximo de 188 dólares de Hong Kong, para um total equivalente a 12,5 mil milhões de euros.

Trata-se de um valor inferior às estimativas mais recentes: o jornal de Hong Kong South China Morning Post, que é detido pelo grupo, anunciou na quarta-feira que o Alibaba planeava arrecadar o equivalente a 13,60 mil milhões de euros, o que constituiria a maior oferta inicial na antiga colónia britânica desde 2010.

A imprensa chegou a apontar para 18 mil milhões de euros, no final de maio, mas a agitação política que começou no mês seguinte pode ter dissuadido o grupo a arriscar uma operação de grandes dimensões.

Os líderes chineses procuram incentivar os gigantes tecnológicos a serem listados mais perto de Pequim, após o Alibaba ou o gigante da internet Baidu terem escolhido Wall Street.

A Bolsa de Hong Kong mudou as suas regras nos últimos anos para permitir que uma empresa seja listada em dois lugares diferentes.

Fundado em 1999, o grupo Alibaba aproveitou ao máximo o ‘boom’ do comércio eletrónico na China: as suas várias plataformas de comércio ‘online’ contam hoje com 785 milhões de utilizadores mensais no país asiático.

Nos próximos cinco anos, o grupo pretende alcançar mil milhões de consumidores na China – o país mais populoso do mundo, com cerca 1.400 milhões de habitantes. Até 2036, a meta do grupo é chegar aos 2.000 milhões de consumidores em todo o mundo.

“À medida que o mundo se converte numa economia digital (…), a globalização é o futuro do grupo Alibaba”, disse Daniel Zhang, na sua carta aos investidores.

Esta semana, o grupo registou um novo valor recorde de vendas no maior festival de compras do mundo, o “Dia dos Solteiros”, celebrado na China a 11 de novembro pelos quatro ‘um’ que combinam nesta data (11/11), que afigura assim a condição de solteiro.

No total, as plataformas do grupo faturaram 35 mil milhões de dólares no espaço de 24 horas, um aumento de 26%, em relação ao ano passado.

No conjunto, 200.000 marcas, incluindo cerveja ou vinhos portugueses, aderiram à iniciativa este ano, oferecendo descontos nos seus produtos.

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