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Altice mantém estratégia para entrar no mercado de produção de conteúdos

“Isso é público e faz parte da nossa agenda e vamos desenvolver todas as soluções necessárias para responder a esta estratégia, que achamos que é ganhadora. O que nós sabemos hoje é que vamos querer trazer a melhor solução de conteúdo, de entretenimento para os nossos clientes”, disse João Sousa, chief sales officer da Altice para o mercado B2B.
14 Fevereiro 2019, 19h46

A Altice Portugal não desistiu de encontrar uma solução para entrar no mercado de produção de conteúdos. Depois de a Autoridade da Concorrência (AdC) ter frustrado as intenções da dona do Meo em comprar a Media Capital, dona da TVI, a Altice mantém viva a estratégia de “convergência”, que passa pela integração vertical de produção de conteúdos e de ofertas de telecomunicações no mercado de consumo.

chief sales officer da área B2B da Altice, João Sousa (na fotografia), questionado pelo Jornal Económico sobre a possibilidade de a Altice, em alternativa à TVI, ter intenções de adquirir a SIC, disse que a empresa acredita “muito, para o mercado de consumo, no contexto de convergência de telecomunicações com conteúdos e com entretenimento”. Mas esse “é um tema para o acionista”, acrescentou.

“É público e faz parte da nossa agenda e vamos desenvolver todas as soluções necessárias para responder a esta estratégia, que achamos que é ganhadora. O que nós sabemos hoje é que vamos querer trazer a melhor solução de conteúdo e de entretenimento para os nossos clientes”, frisou.

Em maio de 2018, a AdC rejeitou o pacote de compromissos que a Altice apresentou para poder comprar a TVI, por considerar que a operação poderia criar danos irreversíveis para o mercado e para os consumidores, uma vez que poderia restringir a concorrência.

Data Center da Covilhã não é para vender
Em agosto de 2018, o “Expresso” noticiou que o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares, do então governo liderado por Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, estaria em contactos com investidores para comprar a Meo, caso esta estivesse à venda, algo que a Altice Portugal desmentiu em comunicado. Já em 2015, quando a Altice adquiriu a Portugal Telecom (PT), terá havido a possibilidade de a operadora liderada por Patrick Drahi, vender alguns dos ativos que pertenciam à PT.

“Houve um ‘buzz‘ sempre associado que, quando a Altice chegou [a Portugal], poderia vender um conjunto de ativos. Mas veio a provar-se exactamente o contrário”, disse João Sousa. “Falou-se na [venda da] PT Inovação, que virou Altice Labs, que é hoje um ativo gigante, com 700 engenheiros a fazer inovação para dentro do grupo e a exportar para imensos países”, salientou.

“E o tema do data center pode ter sido tratado da mesma forma. Mas nunca foi nossa intenção vender”, sublinhou o homem responsável pela PT Empresas, quando questionado sobre uma eventual venda do Data Center da Covilhã.

https://jornaleconomico.pt/noticias/altice-anuncia-segunda-vaga-de-investimento-de-fibra-otica-411659

A Altice vê o Data Center da Covilhã como “a jóia” da empresa e como um elemento de diferenciação face às operadoras concorrentes. João Sousa foi mais longe e afirmou: “Enquanto responsável empresarial em Portugal, [Data Center da Covilhã] é o maior ativo que eu tenho e que me diferencia dos meus concorrentes. Nenhum dos meus concorrentes operadores tem sete data centers disponíveis e que me permite hoje ter uma solução bastante musculada e bastante gratificante para o mercado”.

No início deste mês, a agência Reuters noticiou que a Altice estaria a preparar para a venda de parte da fibra ótica em Portugal, replicando a mesma operação que realizou em França, ao vender 49,99% do negócio de fibra ótica da SFR a três fundos de investimento por 1,8 mil milhões de euros.

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