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Altice planeia reduzir em 75% número de edifícios com equipamento de rede em Portugal

A informação foi dada durante a conferência Building a Connected Green Future, promovida pelo Jornal Económico (JE) e pela Huawei. Objetivo é reduzir o consumo de energia.
  • Cristina Bernardo
11 Junho 2021, 17h46

A Altice Portugal planeia reduzir em até 75% o número de pontos de presença em edifícios com equipamentos que tem em Portugal, para apenas 500, contra os cerca de dois mil atualmente existentes, revelou José Pedro Nascimento, diretor de Engenharia e Operações da operadora de telecomunicações, na conferência Building a Connected Green Future, promovida pelo Jornal Económico (JE) e pela Huawei.

Referindo-se aos objetivos da Altice Portugal de reduzir o consumo energético das suas operações, José Pedro Nascimento elencou projetos em curso e objetivos a prazo, apontando, entre eles, a redução do número de edifícios da empresa com equipamento de rede que estão dispersos pelo território nacional.

“Um operador de telecomunicações com a dispersão que nós temos, em termos geográficos, tem com quase cinco mil sites de rede móvel e dois mil pontos de presença em edifícios com equipamentos”, disse, apontando que a empresa tem como objetivo “reduzir, em cinco ou 10 anos, esses dois mil centros em que temos equipamentos tecnológicos para um terço ou um quarto, para ter 500 pontos com equipamento de rede fixa”.

A conferência, integrada na EU Green Week 2021, foi transmitida através da plataforma multimédia JE TV, esta sexta-feira, 11 de junho. Contou com a participação, além do diretor de Engenharia e Operações da Altice, de Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA); Luís Neves, CEO da Global Enabling Sutainability Initiative (GeSI); e Paulo Pereira, key account director da Huawei. A moderação esteve a cargo de Filipe Alves, diretor do JE.

Nascimento referiu que este projeto se insere na estratégia da Altice Portugal de redução do consumo de energia. “Nos últimos anos, temos vindo a reduzir em termos absolutos o consumo total energético das nossas redes. Temos uma série de projetos em curso”, disse.

O consumo de energia foi, aliás, um dos temas em destaque na conferência, referido por todos os participantes. Nuno Lacasta defendeu que a energia é determinante e apontou, mesmo, que foram identificadas correlações entre a disponibilidade e o preço baixo da energia em alguns países e um potencial de inovação na tecnologia. “Há vários estudos que fazem alguma correlação disso com os preços baixos da energia. Não é o único fator, mas a verdade é que não é por acaso que esses países têm historicamente energia muito barata, subsidiada ou quase, e, em consequência disso, temos de refletir também porque é um fator de competitividade enviesada relativamente. Ou seja, não é assim na Europa, como sabemos”, disse.

Para a Paulo Pereira, a construção do futuro passa pela eficiência. “Em 2025, estima-se que uma ligação, uma conectividade, terá uma pegada de carbono de cerca de 15 quilos anual. Este valor é 80% inferior à pegada de carbono dessa mesma ligação em 2015, que seria sensivelmente 75 quilos. E eu nem estou a falar da capacidade ou da mobilidade desta conectividade. Estamos a falar de uma década de desenvolvimento”, disse, explicitando o desenvolvimento do sector.

“Se olharmos para 2001, 2002 ou 2010, o tipo de serviço, o tipo de ligação, aquilo que era a nossa vida digital face a hoje em dia transformou-se exponencialmente, com as várias tecnologias, e o que nós vemos é que, de facto, vai ser possível garantir que reduzimos por utilizador, por conectividade, a pegada de carbono e isso é essencial”, afirmou, apontando, depois, os objetivos da tecnológica. “Só a título de exemplo, cada vez que desenvolvemos um novo produto, uma nova família [de produtos], temos como objetivo que, no mínimo, tenha uma eficiência energética 10% [superior] face ao anterior, sendo que é um objetivo que possa chegar aos 30%”, explicitou.

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