Em Portugal o PSI 20 fechou nos 5.045,81 pontos (-1.19%) arrastada sobretudo pelas ações da Altri (-4.61% para 5,895 euros). A Navigator desce -2,90% para 3,212 euros; os CTT -2,50% para 2,258 euros. Outro peso pesado da bolsa, o BCP, caiu -1,52% para 0,2533 euros. O BCP registou um comportamento idêntico ao dos pares europeus.
O BPI diz que a Navigator “foi penalizada de forma significativa, evidenciando assim o impacto da sua exposição à China”.
A EDP Renováveis fechou nos 8,85 euros (1,26%) e foi a exceção numa maré negativa.
Por cá, BCP e Mota Engil já têm data para pagamento de dividendos, Altri e F.Ramada aprovaram a distribuição de resultados aos acionistas, mas ainda sem data para pagamento.
“O agravamento das tensões entre os EUA e a China desencadeou um renovado pessimismo junto dos investidores, provocando perdas superiores a 1% nas principais praças do Velho Continente”, diz o BPI.
Na Europa, na sessão de hoje o mercado bolsista esteve bastante pressionado. A descida das taxas de juro da divida soberana dos Estados Unidos a 10 anos para níveis inferiores aos exigidos em financiamentos a 3 meses parece preocupar os investidores, pois por norma são sinais antecipados de ciclos de arrefecimento económico.
A inversão de curva de juros nos EUA alimenta possíveis cortes de taxas pela Fed.
A falta de novidades da guerra comercial EUA/China também condiciona os investidores. Os jornais chineses dizem que Pequim poderá utilizar minérios raros (rare earth minerals) para contra-atacar os EUA. De lembrar que a China produz cerca de 85% da oferta mundial destes minérios, pelo que a visita do Presidente Chinês a uma destas explorações relembra aos EUA a importância que estes minérios têm para a indústria tecnológica americana e que poderão, se Pequim assim o entender, transformar-se numa arma comercial.
“Nesta conjuntura os setores cíclicos acabam por estar a ser mais castigados, como o de Recursos Naturais e o Tecnológico, que perdem mais de 2%”, diz o analista do BCP (Mtrader), Ramiro Loureiro.
“Na guerra comercial EUA/China, houve notícias de que o gigante asiático possa impor restrições à exportação de metais raros, usados na fabricação de smartphones, computadores e carros elétricos. Nesta conjuntura os setores cíclicos acabaram por estar na lista dos mais castigados”, diz o mesmo analista.
Paralelamente, também a tensão politica entre Bruxelas e Roma condicionou os mercados, sobretudo o setor bancário.
No campo empresarial, a Arcelor Mittal afirmou que irá reduzir a produção de aço na Europa, em virtude da fraqueza do mercado.
O FTSE 100 caiu 1,15% para 7.185,3 pontos; o CAC 40 desceu 1,7% para 5.222,12 pontos; o DAX recua 1,57% para 11.837,8 pontos; o FTSE MIB caiu 1,29% para 19.999,94 pontos e o IBEX desceu 1,21% para 9.080,5 pontos. O EuroStoxx 50 perdeu 1,52% para 7.185,3 pontos.
A queda dos preços do crude nos mercados internacionais castiga o setor petrolífero. O Brent, referência para a Europa, caiu 1,73% para 68,9 dólares. O crude WTI nos EUA desliza 2,93% para 57,41 dólares.
Em termos macroeconómicos as notícias dizem que a Comissão Europeia pode mesmo multar Itália no procedimento por défices excessivos
O ambiente industrial em Richmond melhora menos que o esperado em maio e a economia francesa mantém o ritmo de crescimento no 1.º trimestre.
Por cá o tesouro nacional faz a estreia da Zona Euro em emissões em moeda chinesa na China.
A dívida soberana portuguesa a 10 anos cai 7 pontos base para 0,85%; a espanhola cai 5,4 pontos base para 0,733%; Itália desce 4,2 pontos base para uma yield de 2,641% e Alemanha vê os juros descerem 1,8 pontos base para uma yield negativa de -0,179%.
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