Cerca de 1,2 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano voltam a ter aulas à distância a partir desta segunda-feira, 8 de fevereiro. Repete-se a experiência do ano passado, na expectativa que, desta vez, seja mais curta. As escolas tanto públicas como privadas, alteraram alguns procedimentos e estão, no geral, mais bem preparados, mas os diretores e os sindicatos de professores admitem que os problemas estão longe de resolvidos.
“Estou preocupado com os computadores, claro, porque são essenciais para este tipo de ensino, mas está-me a preocupar muito a questão das condições que os alunos não têm em casa. Parece que se o aluno tiver computador, tem condições de trabalho. Alguns têm, outros não”, afirmou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP) à agência Lusa, em vésperas da retoma da atividade escolar.
Filinto Lima mostra igualmente preocupação com as dificuldades em aceder às aulas online, devido à falta de cobertura de rede, bem como escolas onde a banda larga é insuficiente.
Em relação ao ano passado, há, agora, pelo menos, 100 mil alunos do ensino secundário beneficiários da ação social que têm computador. O primeiro lote de portáteis comprados pelo Ministério da Educação foi entregue nas escolas no primeiro período letivo. Entretanto, foram adquiridos mais 335 mil e, mais recentemente, outros 15 mil, mas, para já, a única data com a qual a tutela se compromete, devido à forte pressão do mercado, é com o início da entrega ainda no segundo período.
Falta de computadores e dificuldades no acesso à internet são alguns dos problemas que se mantêm desde o ano letivo passado, acusa a Federação Nacional dos Professores. Segundo a Fenprof, a confusão está instalada e não só por essa razão. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, disse, na sexta-feira, aos jornalistas que a federação começou a receber queixas de professores que estão a ser convocados para irem à escola dar aulas presenciais a alunos que não têm como aceder às sessões ‘online’. Uma espécie de regime misto. “Está a criar-se aqui uma confusão de tal forma que, um dia destes, isto já não é nada. Nem é ensino presencial, nem é ensino a distância”, afirmou, referindo que cada regime deveria ter metodologias próprias e tempos próprios. Mário Nogueira também alertou para a situação dos professores com filhos pequenos e que vão ter de trabalhar sem terem quem cuide deles.
De referir ainda que as aulas do #estudoemcasa continuam a ir para o ar nos dias úteis na RTP Memória, estando igualmente disponíveis na RTP Play e na aplicação. Este ano foram introduzidos conteúdos para o ensino secundário.
Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, as escolas encerraram a 16 de março e não voltaram a abrir até final do ano letivo, com exceção das turmas do 11º e 12 que ainda regressaram em maio.
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