A cidade de Asbestos, Canadá, decidiu mudar de nome. Não foi pelo fecho da mina de Jeffrey, a cratera de um quilómetro que deixou e o desemprego que trouxe, é porque as empresas não querem localizar-se numa terra que tem o nome de um mineral que provoca cancro e cujo uso está proibido em 60 países – para citar o “New York Times”, “um produto que a OMS diz ser um serial killer”.
Já em 2006 tinha sido feita uma primeira tentativa, sem sucesso. Também, com propostas como “The Hole” e “Asbestos 2.0”, o que seria de esperar? Agora, é a sobrevivência da cidade que está em causa. Em contrapartida, do outro lado do mundo a cidade russa de Asbest, localizada perto da mina da Uralasbest e que dela depende por completo, está a fazer o amianto grande outra vez: a empresa está a reabilitar o produto sob o mote que “o Presidente Trump está do nosso lado”, pois “consta que a administração americana vai reduzir as limitações ao uso do amianto”.
Noutra notícia ficámos a saber que a Holanda vai abandonar este nome e reter apenas Países Baixos. Dizem que Holanda são apenas duas das doze províncias do país, mas já estávamos todos habituados a chamar-lhe assim. A medida deve-se à necessidade de rebranding de um nome que é demasiado associado à tolerância com as drogas e ao “red light district” da capital.
Pois, os nomes são uma coisa volátil, mudam-se com facilidade. Por vezes, a casmurrice é mantê-los, pois têm mesmo que ser mudados. Dir-se-ia que estas mudanças são só mais um sinal dos tempos, não fora algumas tocarem as raias da estultícia. Em 2007, Jason Michel Burrows mudou o nome para Jason Megatron Burrows, por ser fã dos Transformers. Pode parecer original, mas em 2001, quando fez 30 anos, Scott Nall mudou o nome para Optimus Prime.
Em 2007, Dan Michael Miller mudou o seu nome para “The” Dan Miller Experience, incluindo as aspas. Karen Robertson, uma vegan de 23 anos, mudou o nome para Goveg.com por coerência para consigo própria: uma naba. Jose Luis Espinal conseguiu em 2001 ser rebatizado Jesus Christ, e passar automaticamente a ser conhecido no mundo inteiro.
Também aconteceu não serem autorizadas mudanças, como a Caren Ann Burke, que quis alterar o seu apelido para bin Laden. Mas deixaram Simon Smith mudar o nome para Bacon Double Cheeseburger, talvez para se tornar muito mais apetitoso.
Para mim nada se compara ao vietnamita Mai Hoang Long, “Dragão Dourado”, que anteriormente se chamava Mai Phat Sal Nghin Ruoi, que traduzido dá “Multado Em Seis Mil e Quinhentos”, a multa paga pelo pai por ele ser o quinto filho. Nem o Dr. Ferro Rodrigues esteve à altura do pai dele quando pensou no que havia de chamar ao Dr. Ventura naquela cena de vergonha no Parlamento.