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Ana Gomes confirma candidatura à Presidência da República

Antiga eurodeputada avançou com a decisão em declarações ao “Público”. Apresenta a candidatura na quinta-feira, um dia depois de Marisa Matias, ficando praticamente definidos aqueles que irão apresentar-se a votos nas presidenciais de janeiro de 2021.
  • Cristina Bernardo
8 Setembro 2020, 02h11

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes confirmou que se vai candidatar à Presidência da República, tendo a apresentação marcada para a tarde de quinta-feira, em Lisboa, nas instalações da Casa de Imprensa. “Serei candidata”, disse ao Público nesta segunda-feira, um dia depois de ter garantido que a decisão “não passaria desta semana” no seu espaço de comentário na SIC Notícias.

A antiga embaixadora de Portugal na Indonésia, de 66 anos, que ao longo de 15 anos no Parlamento Europeu se empenhou na denúncia da corrupção em Portugal e dos negócios de Isabel dos Santos, contará com o apoio de figuras do PS que não ficaram convencidas com o apoio implícito que António Costa deu a Marcelo Rebelo de Sousa numa visita à Autoeuropa. Foi a 13 de maio que o primeiro-ministro, pressionado por perguntas sobre desentendimentos com o então ministro das Finanças Mário Centeno, disse aos jornalistas que esperava regressar à fábrica de Palmela um ano depois com o atual Presidente da República reeleito.

Apoiante declarado de Ana Gomes é o também ex-eurodeputado socialista Francisco Assis – tido como “centrista” e recentemente eleito presidente do Conselho Económico e Social -, mas a candidatura também poderá mobilizar figuras da ala mais à esquerda, incluindo ministros como Pedro Nuno Santos, que deixaram claro não ter vontade de contribuir para um segundo mandato de um Presidente da República oriundo do centro-direita e antigo presidente do PSD. “Se não houver candidato do PS voto num do Bloco de Esquerda ou do PCP”, disse o responsável pela pasta das Infraestruturas ao “Expresso” há dois meses.

Com o passo em frente de Ana Gomes fica praticamente definida a lista de candidatos às eleições presidenciais de janeiro de 2021. Além do próprio Marcelo Rebelo de Sousa, que tem adiado a oficialização da corrida a um segundo mandato, alegando questões de saúde, na próxima quarta-feira será apresentada outra recandidatura: a da eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que em 2016 ficou em terceiro lugar, com 10,12%, apenas atrás do atual Chefe de Estado e do candidato independente Sampaio da Nóvoa. Também à esquerda, Jerónimo de Sousa confirmou no domingo, durante o comício de encerramento da Festa do Avante, que o PCP avançará com um nome, ainda não identificado, enquanto à direita o presidente reeleito do Chega, André Ventura, e o militante da Iniciativa Liberal Tiago Mayan Gonçalves se encontram na corrida ao Palácio de Belém.

Até hoje nenhum Presidente da República escolhido por voto popular após o 25 de Abril falhou a reeleição e também nenhum foi sujeito a uma segunda volta, mas a profusão de adversários à esquerda e à direita poderá dificultar o caminho de Marcelo Rebelo de Sousa. Ainda que as sondagens mais recentes, que já previam candidaturas de Ana Gomes e Marisa Matias, o colocarem muito acima de mais de metade das intenções de voto.

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