[weglot_switcher]

Ana Patrícia Carvalho: “Há notícias que me custam a dar, são muito dolorosas”

Ana Patrícia Carvalho encara o jornalismo com um sentido de missão. Comunica de forma clara, “traduzindo” as notícias para uma linguagem perceptível que todos entendam. A persistência é uma das suas características marcantes. “Costumam dizer que tenho um carácter muito forte e acho que tenho e sou muito determinada e o meu perfil foi sendo construído à base do que aprendi no ballet, que foi a disciplina, a busca da perfeição, e tenho isso ainda hoje, a fazer jornalismo.”, diz.
18 Dezembro 2021, 14h00

É um dos grandes trunfos da Informação do canal de Paço d’Arcos e pivot da SIC Notícias. A prova de que a competência também pode ter um rosto bonito e uma voz serena. Ana Patrícia Carvalho, de 36 anos, cedo trocou o ballet pelo jornalismo, mas dele trouxe algumas ferramentas que a fazem destacar-se na profissão que escolheu. Licenciada em Ciências da Comunicação – Jornalismo e pós-graduada em Comunicação e Jornalismo Desportivo, frequentou também cursos de Rádio e Televisão no Cenjor. Recentemente, experimentou ser apresentadora por um dia no programa “Estamos em Casa” e não descarta a hipótese de vir a desenvolver esta faceta no entretenimento. “Não sendo uma especialista do entretenimento, terei todo o gosto, se a SIC assim o entender e se surgirem essas oportunidades, porque a SIC tem tido esse cuidado, ao longo dos anos, de me ir dando as oportunidades para eu ir crescendo, e também para ter outras valências. Porque um jornalista também é isso e não perde a credibilidade por estar num outro registo.”, disse.

Foi bailarina o que lhe poderá ter dado algumas valências, como disciplina e perseverança. Certo?
Costumam dizer quer tenho um carácter muito forte e acho que tenho e sou muito determinada e o meu perfil foi sendo muito construído à base do que aprendi no ballet, que foi a disciplina, a busca da perfeição, e tenho isso ainda hoje, a fazer jornalismo.

E a nunca desistir?
A persistência, a resiliência. Sem dúvida.

Encara a comunicação como uma missão? Há uma vocação? Porque, em criança, além de querer ser bailarina, também queria ser jornalista.
Sim, também é uma missão. Porque trabalho sempre, diariamente, para conseguir chegar a todos. Nós temos acesso às notícias, muitas vezes através de comunicados, e de uma linguagem que não é percetível a todos, portanto tento traduzir isso por palavras e falar com as pessoas que estão casa, para que todos percebam. Se estiver uma família sentada em frente à televisão a assistir ao meu ‘jornal’, quero que, desde a avó ao filho mais novo, percebam exatamente o que é que estamos a tratar e encaro essa missão, de dar conta dos factos todos e para todos. Não tenho que opinar, muitas vezes posso não concordar, pode-me custar imenso. Há notícias que me custam muito a dar, relacionadas com maus-tratos, violência doméstica. Tudo o que envolva crianças, guerras, maus-tratos a animais tudo isto são coisas muito dolorosas. Quando nós, que somos apenas um veículo da notícia, as avançamos. Mas tento sempre dar os factos, para que depois as pessoas consigam, elas próprias, desenvolverem o seu entendimento sobre cada notícia.

 

 

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.