Estará o BCP em risco? É a esta pergunta que Vítor Madeira, analista da XTB, faz num comentário emitido esta segunda-feira negra para o sector bancário com a falência do SVB a desencadear uma venda brusca nas ações do sector à medida que os bancos enfrentam um maior escrutínio das perdas potenciais em balanço com os títulos de renda fixa (obrigações).
“Nesta altura o banco encontra-se perto do suporte importante dos 0,20 euros, caso haja a quebra desse suporte a situação de risco aumenta drasticamente para o banco”, alerta o analista da corretora.
“Posto isto, não podemos inferir que o BCP está em risco de colapso como o SVB, mas sabemos que se a condição macroeconómica se continuar a agravar e as taxas de juro continuarem a subir, o banco pode também ser afetado e incorrer em perdas significativas, o que poderia levar as ações abaixo do próximo suporte dos 0,12 euros”, avisa a XTB.
“Depois das recentes notícias em torno do SVB e do Signature Bank, todos os bancos estão a ser afetados em termos de cotação. Nesta altura ainda não se consegue saber que impacto vai causar na Europa em termos de contágio. Para já toda a banca está em queda e os investidores começam a retirar exposição de ações dos bancos”, diz a XTB.
No caso do BCP as ações arrancaram o dia de hoje com quedas agressivas, sendo que estão a cair nesta altura quase 8%.
“Se olharmos para os dados fundamentais do banco, neste último trimestre o banco dobrou o montante alocado para provisões do crédito mal parado e também reduziu a sua dívida para metade, o que demonstra que o banco está a preparar-se para uma fase complicada”, refere o analista da XTB em defesa do banco liderado por Miguel Maya.
“Por um lado o banco consegue obter mais receitas oriundas da subida das taxas de juro nos seus créditos, mas por outro lado o risco de aumentos do incumprimento das obrigações de crédito também aumentaram drasticamente, podendo o banco incorrer em perdas”, alerta Vítor Madeira.
“As contínuas subidas das taxas de juro mais o abrandamento económico podem fazer com que muitas famílias e empresas não consigam cumprir com as suas obrigações. No que toca ao capital próprio da empresa, o mesmo também foi afetado, pois o banco reduziu mais o seu ativo do que o seu passivo, o que também é uma nota de risco”, avisa a XTB.
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