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Andebol: Sporting CP luta entre ‘tubarões’ por uma ‘Champions’ de um milhão de euros

Equipa portuguesa começa a discutir este sábado em Lisboa, a passagem aos oitavos-de-final da prova frente aos romenos do Dínamo de Bucareste. A segunda mão na Roménia está marcada para o dia 28 de fevereiro.
23 Fevereiro 2019, 17h00

Depois de se tornar na primeira equipa do andebol português a ultrapassar a fase de grupos da Liga dos Campeões, o Sporting Clube de Portugal procura este sábado continuar a fazer história na modalidade quando jogar a primeira mão do playoff de acesso aos oitavos-de-final da prova.

Os ‘leões’ qualificaram-se no segundo lugar do grupo C e vão ter pela frente os romenos do Dínamo de Bucareste, que venceram o grupo D. A primeira mão tem lugar às 18h00 no pavilhão João Rocha, já o encontro na Roménia está marcado para a próxima quinta-feira, dia 28 de fevereiro.

Em declarações ao Jornal Económico, Carlos Galambas, espera “uma eliminatória bastante equilibrada”, já que “nesta fase todas as equipas envolvidas têm bastante qualidade, incluindo a do Sporting”.

O diretor desportivo do andebol ‘leonino’ deixa elogios ao Dínamo. “Vamos defrontar a melhor equipa da Roménia recheada de jogadores com potencial de países como a Croácia, a Rússia, a França e Tunísia e claro alguns dos melhores jogadores romenos. São duas equipas recheadas de grandes valores do andebol mundial”, assume.

Quem partilha da opinião de Carlos Galambas é Fernando Pais, professor e comentador de andebol. “O Sporting tem reais possibilidades de passar a eliminatória, mas depende muito do resultado que fizer na primeira mão. São equipas com valores muito semelhantes, o Dínamo é um conjunto com jogadores muito experientes”, refere, deixando um alerta para o segundo encontro.

“Por outro lado, há sempre o jogo da segunda mão na Roménia, que é complicado, devido ao público muito entusiasta e interventivo, e às vezes as arbitragens podem ressentir-se disso”, afirma Fernando Pais, antevendo o que podem esperar os ‘leões’ caso cheguem aos oitavos-de-final.

“Se o Sporting passar, aí a coisa já vai ser mais complicada, porque irá jogar com o segundo [classificado] do grupo A [onde se encontram juntamente com o grupo B os chamados ‘tubarões’] que neste momento se perspetiva que seja o Vezprém [da Hungria] e seria uma enorme surpresa caso o Sporting viesse a eliminar os húngaros”, refere o professor, que relembra no entanto, o exemplo da última época.

“No ano passado tivemos o exemplo do Montpellier [atual campeão em título], foi a primeira vez que uma equipa vinda dos grupos C e D conseguiu tal feito”, sublinha Fernando Pais.

A Liga dos Campeões de andebol é o título que todos os clubes ambicionam e o prémio para o grande vencedor é de um milhão de euros. Uma verba pouco significativa, tendo em conta o forte investimento que as equipas fazem para conquistar esta competição, sendo que “o grande peso neste momento de orçamentos consta principalmente do campeonato alemão, com os clubes franceses a subirem um pouco”, destaca Fernando Pais.

O caso mais paradigmático é o do Paris Saint-Germain. Nasser Al-Khelaifi, dono da Qatar Investment Authority, tornou-se líder do emblema francês em 2012, e não se tem poupado a esforços também no andebol, para que o PSG conquiste a Liga dos Campeões, algo que até agora ainda não aconteceu.

Para esta modalidade, o Paris Saint-Germain teve este ano um investimento de 16 milhões de euros, e “deu-se ao luxo de ser um pouco mais baixo do que os 18 milhões de euros de há dois anos”, afirma Fernando Pais, que explica que “0 problema não é baixarem o orçamento ou não, a ideia que tenho é que eles não têm mais jogadores para comprar, eles compram todos os que querem”.

A prova de que o investimento não é sinónimo de vitórias está também presente na equipa de andebol alemã, Kiel, que a seguir ao PSG, é aquela que tem o maior orçamento a nível europeu para o andebol, 9,5 milhões de euros.

“Curiosamente, nem sequer conseguiu ser apurado para a Liga dos Campeões”, diz Fernando Pais. Contudo os alemães vão receber a final four da taça EHF, (o equivalente à Liga Europa no futebol) “onde o FC Porto (presente na prova) tem algumas possibilidades de poder lá chegar”, salienta o professor.

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